O Poder Executivo Municipal promoveu, na tarde desta quinta-feira (25), recepção a grupo de 45 profissionais que atuam na suinocultura (41 produtores e 4 colaboradores de uma empresa de nutrição animal) na região da Bretanha, localizada no Noroeste da França. Depois de conhecerem as granjas das famílias Angst (Vista Alegre) e Rosseto (Concórdia do Oeste), e as instalações do Biopark, eles chegaram por volta das 12h45 ao Centro de Eventos Ismael Sperafico, onde foram acolhidos por integrantes da administração pública municipal, liderados pelo prefeito de Toledo, Beto Lunitti.
Após o almoço, eles se dirigiram ao anfiteatro do Centro de Eventos, onde acompanharam pequenas palestras ministradas pelo chefe do Executivo Municipal; pelo diretor-presidente da Primato Cooperativa Agroindustrial, Anderson Sabadin; e pelo gerente agropecuário da Brasil Foods S/A (BRF), Antônio Visconde. “Tenho satisfação de recebê-los aqui, no município que é o maior produtor de alimentos e de proteína animal do Paraná. Vocês estão numa região onde está Itaipu, uma das maiores hidrelétricas do mundo, e que tem trabalhado na última década para promover, de forma inovadora, um desenvolvimento integrado. Toledo é uma cidade jovem, que cresceu rapidamente graças à força do campo, tendo 750 indústrias, sendo que muitas delas transformam o que é produzido nas 6.000 propriedades rurais instaladas em nosso território”, detalha Beto. “O nosso agronegócio é forte, mas temos um cuidado especial para com nossa agricultura familiar e a segurança alimentar. Na infraestrutura rural, temos um programa de rodovias rurais, por meio do qual, sempre que possível, colaboramos com os produtores para asfaltar as vias que passam ou dão acesso às suas propriedades e oferecemos um programa que realiza a conservação das estradas que não foram pavimentadas. Pensando ainda no homem do campo, estamos oferecendo apoio na geração de energia a partir de novas matrizes, como o metano gerado a partir dos dejetos da suinocultura e da luz solar captada por placas fotovoltaicas”, complementa o prefeito, que encerrou sua fala gritando “Vive la France!” (“Viva a França”, em tradução livre para o português”), o que motivou aplausos da plateia.
Conhecimento
A vinda dos franceses para Toledo está sendo agenciada pela TNT Agroimersão. A empresa, com sede em Londrina e especializada em pacotes agroturísticos, teve, em nível local, o apoio da Associação dos Criadores de Suínos do Oeste do Paraná (Assuinoeste), que intermediou o contato com os responsáveis pelas propriedades visitadas pelo grupo.
O roteiro dos bretões, com nove dias de duração, foi iniciado ontem, em São Paulo, com visitas à Câmara de Comércio França-Brasil e à Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), onde puderam conhecer melhor como é feita a comercialização de frutas, verduras e legumes em nosso país. Saindo de Toledo, eles vão para Foz do Iguaçu e Rio de Janeiro, onde ficarão, respectivamente, dois e quatro dias. “Até aqui, a vinda ao Brasil foi para tratar de negócios. A partir de amanhã, começa a diversão para valer”, comenta o tradutor francês-português que acompanha o grupo, Jeferson Eker. “O pessoal da agência nos procurou falando do interesse dos produtores franceses em conhecer um lugar que tivesse uma suinocultura forte. Para nós, é uma honra termos sido escolhidos, pois mostra como Toledo é referência nesta cadeia produtiva”, analisa a presidente da Assuinoeste, Geni Bamberg.
Produtor de Chelun, cidade localizada a 54 quilômetros de Rennes (capital da Bretanha) e a 338 quilômetros de Paris, Marquet Philippe notou algumas diferenças entre a suinocultura local e a praticada por ele e seus colegas. “Aqui há estabelecimentos especializados em cada fase da produção, algo que era feito em nossa região há cerca de dez anos. Só que lá começou a haver falhas em um destes segmentos e toda a cadeia acabou sendo prejudicada, o que motivou os produtores a cuidarem de todas as etapas, da gestação à entrega para o abate”, compara. “Há diferenças no aspecto sanitário, pois, em nosso país, não se admite ter duas culturas distintas na mesma propriedade, e em Toledo todas as propriedades diversificam sua produção sem maiores problemas. O clima daqui é bem melhor, com variações bem menores nas temperaturas e, com isso, o custo para as instalações onde os animais vão ficar acaba diminuindo, pois o investimento em climatização não precisa ser tão alto”, observa.