Smed assina termo de parceria com projeto Escola Amiga da Adoção

Em reunião realizada na tarde desta sexta-feira (31) no Fórum de Toledo a secretária de Educação, Marli Gonçalves Costa, assinou um Termo de Compromisso e Parceria com o projeto “Escola Amiga da Adoção”. A ação foi promovida pelo Núcleo de Apoio Especializado (NAE) e visa compartilhar informações importantes nas unidades escolares sobre a temática da adoção. 

Entre os compromissos assumidos, está o de contribuir para conscientização do tema da adoção com pais, alunos e comunidade escolar; Incluir o tema da adoção no Projeto Político-Pedagógico da escola; instaurar na escola o “Dia da Adoção”, data comemorada no Brasil em 25 de maio; e promover, em data próxima ao dia da adoção, a realização de campanha de naturalização da temática, concursos de desenhos e/ou escrita ou outras atividades pedagógicas que contemplem o tema da adoção.

As primeiras escolas a participarem do projeto foram a Funet, Incomar e La Salle. A psicóloga jurídica do NAE, Glorete Barbosa Lenzi, apresentou o resultado de atividades já realizadas em 2022 para a Smed e as demais escolas presentes, inclusive do projeto ser contemplado no Prêmio Prioridade Absoluta do Conselho Nacional de Justiça. 

Na ocasião, as escolas que assinaram o Termo de Compromisso e Parceria também receberam um exemplar do livro “A história da mulher que ficou grávida por onze anos” de Zery Monteiro, Cirlei Ganeo e Marcos Verdeiro, que fala sobre a adoção tardia de uma mãe que adotou uma criança de onze anos. 

O juiz da Vara da Infância e Juventude, Rodrigo Rodrigues Dias, destacou o papel da escola ao tratar da temática da adoção. Ele mencionou que antigamente os processos eram mais lentos, porém as famílias chegavam mais preparadas para adotar uma criança, enquanto isso, hoje em dia é necessário julgar se as pessoas poderão ou não adotar. 

“Sempre foi minha angústia a gente não falar de adoção. Então, antes de julgar, temos que levar o conhecimento para as pessoas”, mencionou o juiz ao evidenciar a importância da escola nesse projeto. Rodrigo Rodrigues também falou da dificuldade da sociedade e até mesmo da escola em entender as dinâmicas da adoção e as dificuldades de adaptação que uma família passa quando enfrenta esse processo. 

“A sociedade é muito cruel com quem adota”, mencionou ao se referir a comportamentos culturais que valorizam mais os pais biológicos que expõem uma criança à sofrimentos em relação aos pais não biológicos que se esforçam para dar amor, mas não são reconhecidos como “pais”. O juiz destacou outros desafios que uma família enfrenta com a adoção e a importância da escola no sentido de mitigar as dificuldades envolvidas. 

A secretária de Educação, Marli Gonçalves Costa, elogiou a condução do programa e ressaltou a importância desta integração com a educação. “Toda iniciativa que visa melhorar o atendimento de nossas crianças ou de seus familiares são bem recebidas na Smed”.

Ela também citou o trabalho realizado pelo Programa Criança na Escola e mencionou que haviam mais de cem crianças fora da escola, mas que o trabalho institucional e pedagógico tem resgatado. “Temos que trabalhar a cultura da não violência, de todas as formas. Ficamos assustados com a quantidade de crianças violentadas todas as semanas. Temos falado isso abertamente nas reuniões de pais e isso tem contribuído para que as denúncias acabem surgindo. Precisamos da união de todos para agir”, frisou Marli.