A segurança da barragem do lago que compõe o Parque Ecológico Diva Paim Barth, principal cartão postal de Toledo, foi tema de encontro realizado na Sala de Reuniões do Gabinete do Prefeito na manhã desta sexta-feira (10). Na ocasião, pesquisadores da Fundação de Apoio ao Ensino, Extensão, Pesquisa e Pós-graduação (Fundep), órgão vinculado à Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), apresentaram o relatório de inspeção regular, por meio do qual são apontadas falhas e propostas soluções relacionadas ao armazenamento e ao escoamento do curso d´água cuja jusante se concentra na Sanga Panambi.
Os detalhes foram apresentados pelo mestre-doutor em Engenharia da Pesca, Sergio Makrakis, que integra o grupo de pesquisadores da Fundep, ao prefeito Beto Lunitti e aos secretário da Administração, Andriws Todeschini Prestes, e do Meio Ambiente, Junior Henrique Pinto, que foi acompanhado de sua equipe técnica. “Em virtude de tragédia causada pelo rompimento da barragem da Vale do Rio Doce em Brumadinho, a legislação relacionada a segurança em represas ficou mais rigorosa e este trabalho foi elaborado levando em conta o regramento estabelecido pela ANA [Agência Nacional de Águas], o qual é fiscalizado pelo IAT [Instituto Água e Terra] e conta com o apoio das coordenadorias municipal e regional da Defesa Civil. Portanto, é uma construção coletiva, que envolve profissionais de várias instâncias do poder público”, explica o professor.
De acordo com Sergio, o Dano Potencial Associado (DPA) do lago do Parque Ecológico Diva Paim Barth é considerado alto, o que demanda fiscalizações e emissões de relatórios semelhantes ao de hoje com periodicidade semestral. “Se houver um rompimento nesta barragem, as áreas que ficam às margens da Sanga Panambi seriam inundadas. Felizmente, este risco não existe no curto e médio prazo, mas devemos iniciar o quanto antes as intervenções voltadas ao combate à erosão no talude de jusante. Além de pensarmos num plano de contingência para o caso de a barragem se romper, é importante criar meios para evitar o transbordamento em períodos de grandes acumulados de chuva, permitindo que a água excedente possa ‘fugir’ sem criar problemas para o meio ambiente e a população. Em relação aos moradores que moram no entorno, deve ser criado um protocolo no qual possam ser orientados sobre o que fazer em situações extremas”, explica.
O professor ponderou que o relatório ora apresentado é o primeiro dos seis serviços que constam no contrato firmado entre Fundep e governo municipal. “Estou satisfeito com a qualidade do trabalho realizado pelos pesquisadores e, ao mesmo tempo, surpreso em saber que a barragem por meio do qual o lago do Diva Paim Barth é formada tem alto risco à segurança da população. Dessa forma, pretendemos utilizar, após aprovação do Conselho Municipal do Meio Ambiente, parte dos R$ 4 milhões que estão na conta do Fundo Municipal do Meio Ambiente, para realizar as intervenções que se fizerem necessárias”, anuncia Beto. “À equipe do Meio Ambiente peço para que já comece as conversas com o Planejamento para colocar esta demanda na fila de projetos a serem elaborados desta pasta”, recomenda o gestor, que, ao fim do encontro, assinou a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) do relatório em nome do engenheiro civil Marcos Rogério Sisti.