O amadurecimento na aplicação de recursos é sentido pela qualificação da aplicação de recursos oriundos do Orçamento Participativo (OP). Segundo a Assessoria de Assuntos Comunitários (AAC), com o passar dos anos, os delegados compreenderam a possibilidade de fazer investimentos de maior porte em suas comunidades utilizando os valores destinados ao OP.
“No começo eram panelas, pendrives e espetos, hoje são grandes reformas, ampliações e até mesmo compra de veículos”, salientou o Assessor de Assuntos Comunitários, Edimilson Dias Barbosa (Dudu). Para a Assessoria, esse entendimento das pessoas que participam das reuniões do OP varia de região para região do município e faz parte do trabalho contínuo realizado com as lideranças comunitárias. “Aos poucos as pessoas vão compreendendo o que vale mais à pena investir de forma que beneficie o conjunto maior da população”, comentou a diretora do OP, Deisi Adriane dos Santos.
“De modo geral, houve uma evolução nos investimentos, pois a maioria dos centros comunitários, centros de educação infantil e escolas tiveram suas necessidades mais emergenciais sanadas. As comunidades pararam de pensar em equipar suas sedes e começaram a investir mais em reformas e ampliações para ter condição de realizar suas promoções”, completou.
Outro fator que contribuiu para alterar o tipo de investimento foi a decisão do Conselho do OP, que em 2015 aprovou um valor mínimo para pedidos de equipamentos no valor de mil reais. Com essa decisão, os líderes comunitários passaram a discutir outras possibilidades.
Novo Sarandi compra ambulância com recursos do OP
Exemplo disso foi o que ocorreu em Novo Sarandi. Em 2015 servidores da Secretaria de Saúde que trabalham na Unidade Básica de Saúde do distrito levaram a proposta de aquisição de uma nova ambulância para a Associação de Moradores. Como a queixa já era antiga e o atual veículo não dava mais conta da demanda de pacientes atendidos, de pronto a Associação abraçou a causa e resolveu defender a proposta nas reuniões do OP.
Foi destinado R$ 100 mil de recursos do OP para a aquisição do veículo e a Secretaria de Saúde fez mais um aporte de R$ 29 mil para viabilizar a compra. A nova ambulância terá uma maca, mais cinco lugares e atenderá as necessidades da saúde do de Novo Sarandi.
“Nós auxiliamos o pessoal de Novo Sarandi, pois já era uma queixa antiga da população e a Secretaria não tinha condições de atender o pedido em sua integralidade. Nessa área tem bastante acamados, a ambulância de lá era pequena e praticamente não cabia o paciente e acompanhante. Como a comunidade mesmo decidiu que iria comprar o veículo, mas os valores não eram suficientes, nós fizemos essa complementação. Agir em parceria é a melhor maneira de obtermos bons resultados”, afirmou a secretária de Saúde, Denise Campos.
Ela disse ainda que existe um projeto do poder público para construção de uma nova UBS para Novo Sarandi e essa parceria já é o primeiro passo para dar sequência às intenções.
Outros benefícios
As decisões da comunidade transcenderam o terreno das comunidades e associações de moradores. Vários benefícios são nitidamente notados na reforma de escolas, UBS’s e CMEI’s, e na qualidade de equipamentos adquiridos. Para a aquisição e instalação de condicionadores de ar, muitos equipamentos públicos receberam reformas estruturais e novos projetos elétricos para suportar a demanda da rede elétrica.
Outra ação importante da Prefeitura de Toledo, por meio do Orçamento Participativo (OP), é o repasse de um carro para o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (PROERD). O veículo custou ao OP R$ 40.300,00 e cada uma das 18 regiões deliberou a doação de R$ 2 mil de seus recursos para a aquisição, totalizando R$ 36 mil. O restante foi angariado em sobras orçamentárias de licitações do OP. A data da entrega do automóvel ainda não foi definida, mas deve ocorrer em uma das formaturas das turmas do PROERD, previstas para os dias 9 e 21 de junho.
O assessor de Assuntos Comunitários, Edimilson Barbosa, salientou que “esses são apenas alguns exemplos do quanto às comunidades tem a ganhar se as decisões forem bem discutidas e os recursos bem aplicados”.