06 de Julho de 2016 at 18:06h

Memória de Henrique Isernhagen será preservada no Museu Histórico de Toledo

Na tarde desta terça-feira (05) houve a entrega de equipamentos que faziam parte do acervo familiar de Henrique Isernhagen, um dos primeiros agrimensores de Toledo, para o Museu Histórico Willy Barth, por meio da Secretaria de Cultura. A família resolveu contribuir com a preservação do patrimônio histórico que remete ao período de colonização do município. Teodolitos, réguas de marcação, equipamentos para demarcação e mapas da época foram entregues.

O agrimensor Henrique Jorge Isernhagen era considerado um homem à frente de seu tempo. Catarinense de nascimento, gaúcho de criação e paranaense de coração. Nascido em Mondaí em Santa Catarina em 17 de junho de 1926, foi casado com Prisska Margót Isernhagen e pai de Walter, Irmgard, Ingrid, Hildgard e Carlos Henrique. Autodidata, foi um dos grandes homens responsável pelo desenvolvimento de Toledo.

Convidado em 1950 por Oto Schmidt, da colonizadora Maripá, mudou-se para Toledo em 1951, quando realizou um dos primeiros trabalhos de agrimensor na região ao remarcar a divisa da Fazenda Britânia, que deu origem a Toledo em 1946. Também realizou diversos loteamentos como, Porto Mendes, Bom Princípio, Ouro Preto, Vila Maripá, Novo Sarandi, Nova Santa Rosa, Iguiporã, Santa Helena e Marechal Cândido Rondon.

A bancária aposentada, Ingrid Ana Isernhagen, filha de Henrique Isernhagen, representou de forma bastante emocionada a família no ato de entrega dos materiais. Ela disse que esse momento representa uma certa “tristeza em sabermos que eles [os pais] não estão mais entre nós, mas também a felicidade por saber que esse acervo faz parte da história de Toledo. Nós deixamos registrado nosso agradecimento ao poder público, pois é um orgulho deixar esses instrumentos aqui para as futuras gerações e manter viva a história de nossos pais nesse município”, declarou.

Ela exaltou o quanto o pai era dedicado a tudo que fosse resultar no bem estar da nossa comunidade. “Ele sempre foi preocupado com as ações de preservação do meio ambiente antes mesmo de se falar disso. Eles eram muito à frente de seu tempo. Com nossa mãe ele se firmou aqui, onde escolheu viver. Alguns poucos objetos que usou nos vários anos de trabalho entregamos agora para que sua história seja perpetuada”, discursou Ingrid.

A Secretária de Cultura, Rosselane Giordani, agradeceu a doação em nome da equipe e disse não ser possível imaginar o quanto nossos pioneiros fizeram para poder construir a cidade que moramos hoje. “Para nós é uma honra receber e cuidar desses materiais. Esse momento é um gesto e um reconhecimento público da importância dessa família para Toledo. É um ato de generosidade e vamos perpetuar essa história”, garantiu Rosselane.

A coordenadora do Museu Wily Barth, Rejane Rauber, disse que a doação dos materiais da família agrega conhecimento ao acervo do museu e auxilia pesquisadores que constantemente procuram o museu para entender melhor a história do município. “Henrique Isernhagen teve um papel fundamental no início da colonização e na divisão de terras do município”.

O vice-prefeito, Adelar Holsbach (Pelanka), disse que o valor financeiro desses materiais não chega nem perto ao valor histórico e emocional de tudo que reprensenta. “Com esses materiais ele construiu uma família”, evidenciou.

O prefeito Beto Lunitti pediu para que servidores públicos da Secretaria de Planejamento comentassem sobre como era o dia a dia desse grande profissional, como era a dedicação que ele mantinha por Toledo, que mesmo após sua aposentadoria continuou frequentando o local de trabalho no Paço Municipal. Beto disse ainda à família que não apenas os aspectos materiais serão acolhidos e preservados, mas as informações necessárias para que as futuras gerações saibam de onde vieram esses materiais e conheçam melhor essa história, inclusive através da escrita.

“Certamente o que o ‘seo’ Henrique viu pelo teodolito lá no passado foi o futuro da cidade”, argumentou Lunitti. “Esse é um momento simples, porém marcante, assim como foi a vida de Henrique Isernhagen”, disse Beto Lunitti ao se referir ao ato de transferência dos equipamentos.