Em assembleia realizada na sede do Sindicato dos Bancários de Toledo e Região, a Associação dos Portadores de Lesões por Esforços Repetitivos (AP-LER) decidiu encaminhar o total de R$ 5 milhões, resultado de uma indenização coletiva, para a construção do Hospital Geral do Município de Toledo. O encontro aconteceu nesta quarta-feira (26) e contou com a presença do presidente da AP-LER Laerson Vidal Matias, do prefeito de Toledo Beto Lunitti e representantes do Conselho Municipal de Saúde, da 20ª Regional de Saúde e de sindicatos.
De acordo com Laerson, a intenção em aplicar este recurso em uma estrutura para atender a população toledana surgiu por ser um benefício coletivo. “É um dinheiro de todos os associados e o nosso posicionamento era que ele fosse utilizado de forma a acolher toda a comunidade”. O presidente ainda enalteceu a rapidez com que a Secretaria de Saúde do município organizou o projeto para apresentar na assembleia da AP-LER e agora aprovado, será levado ao juiz da 1ª Vara do Trabalho de Toledo, Fabrício Sartori, no dia 8 de novembro.
Com a construção da unidade hospitalar, para os atendimentos de baixa e média complexidade, o município vai completar a rede de atenção primária. “É o que ainda nos falta. Já temos as Equipes de Saúde da Família (ESF) e as unidades básicas de saúde que hoje representam a maior cobertura assistencial em atenção primária no país. Iniciamos a implantação das Equipes de Saúde Bucal (ESB) e do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF)”, disse o prefeito Beto Lunitti.
O Hospital vai organizar a rede municipal de serviços de baixa e média complexidade, melhorando a acessibilidade aos serviços oferecidos à população no sistema de saúde municipal. “Vamos fechar o ciclo. Atualmente a Unidade de Pronto Atendimento na Vila Becker tem mantido pacientes em internamento devido à falta de uma estrutura para acolhimento dos enfermos de baixa complexidade. Os hospitais que atendem a população são para média e alta”, disse Beto acrescentando que internamentos não deveriam ocorrer naquele local. “A UPA deveria manter o paciente somente por 24h. Neste período ele deveria receber alta ou seguir para o internamento”, explicou.
Estrutura
A previsão é que o espaço tenha aproximadamente 2,5 mil metros quadrados, podendo variar durante a elaboração do projeto arquitetônico. A intenção é oferecer 60 leitos para internamento e uma Unidade de Cuidados Intensivos (UCI), centro cirúrgico com quatro salas para cirurgias, sala de parto humanizado, Ambulatório de Atendimento à Saúde do Trabalhador, Ambulatório de Feridas, Laboratório de Análises Clínicas – para realização de exames durante 24h para a Unidade de Pronto Atendimento e pacientes no Hospital Municipal – e Central de Materiais Esterilizados.
A estimativa de custos é de R$ 4.491.000,00 para a construção (valor por metro quadrado – R$ 1,8 mil), R$ 700 mil para equipamentos hospitalares e R$ 400 mil para mobiliários diversos, totalizando R$ 5.591.000,00. “Temos R$ 5 milhões garantidos pelo Poder Judiciário e acredito que qualquer gestor, pela grandiosidade deste projeto, aportaria esta contrapartida”, disse o prefeito Beto Lunitti.
Para o quadro funcional serão necessários aproximadamente 80 profissionais, entre médicos, farmacêuticos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, agentes administrativos e demais servidores para o apoio. Segundo a diretora do Departamento de Gestão em Saúde, Noeli Salete Fornari, aproximadamente 40% deste quadro já são servidores municipais. “São pessoas do Ambulatório de Feridas, por exemplo. O município já possui esta estrutura, junto à UBS do Jardim Coopagro, que seria transferida para um ambiente mais adequado”, explicou.
Beto ainda acrescentou que a construção do Hospital Municipal atende a uma proposta aprovada durante a última Conferência Municipal de Saúde. “O Conselho Municipal de Saúde, como órgão deliberativo, deverá acompanhar todo este processo”, reforçou Beto. Ao final ele agradeceu aos associados da AP-LER pela sensibilidade. “Vocês estão fazendo um bem para todos os seus familiares e para o município de Toledo”, concluiu Beto.