05 de Mai de 2017 at 17:16h

Educação adere ao projeto Saúde Interativa na Escola

Aconteceu essa semana, na sede do Sindicato da Alimentação de Toledo, o primeiro encontro do projeto Saúde Integrativa na Escola. Essa é mais uma ação do Programa de Educação Ambiental da Itaipu Binacional, que acontece em parceria com as prefeituras municipais da Bacia do Paraná III, Conselho dos Municípios Lindeiros e tem apoio de uma equipe de consultoria. A Secretaria de Educação de Toledo (SMED) aderiu ao projeto e esteve reunida com profissionais de Toledo, Maripá e Quatro Pontes.

O projeto tem como facilitador dos encontros o médico Roberto de Almeida. Ele é o pesquisador dessa nova visão de promoção de saúde dentro da medicina, que integra a saúde com educação e sustentabilidade. Essas três grandes variáveis são tratadas ao longo desse processo como pilares que se conectam nesse projeto.

 

O curso

Os encontros irão acontecer em quatro módulos, totalizando 32 horas presenciais e mais uma carga horária complementar à distância. Outros dois módulos acontecem ainda esse ano (07/08 e 17/10) e o último, será realizado no primeiro semestre de 2018. O projeto da Itaipu envolverá 360 profissionais que compõem as redes municipais de ensino da região.

Em Toledo, 41 profissionais participam do curso (36 professores municipais, 02 integrantes da Secretaria de Educação e 03 nutricionistas). Segundo a secretária municipal de Educação, Janice Salvador, a Saúde Integrativa é mais uma etapa dessa parceria que a SMED tem com a Itaipu.

“Esse é um momento inicial. Os professores, diretores, coordenadores e nutricionistas que estão aqui [no curso] irão atuar como multiplicadores. Ao voltar para suas escolas já iniciam um processo de discussão e articulação que vai promover gradativamente uma mudança no estilo de vida. A Secretaria de Educação aderiu a esse programa justamente porque ele traz um conceito novo”, salientou Janice. 

 

Objetivos

Esse programa tem como objetivo cuidar da saúde do professor. O foco é direcionado primeiro para os professores, depois para o aluno, até chegar na comunidade. “Ele vai fomentar e provocar no professor uma mudança de estilo de vida, para que ele tenha mais saúde, para que ele possa ter uma qualidade de vida melhor e isso vai trazer um impacto positivo na sua atuação profissional”, explicou a educadora ambiental da diretoria de Coordenação da Itaipu, Lucilei Bodanese Rossasi.

 

Medicina curativa não resolve

Com mais de 20 anos no exercício da medicina, Roberto de Almeida, começou a perceber que a medicina curativa não resolve, não é suficiente, e é preciso fazer algo mais. Esse algo mais ele entende que é pela educação. “Não existe terreno mais fértil que a escola. O trabalho está sendo iniciado pelos professores porque a escola é o terreno de transformação”, afirmou a educadora ambiental.

“Não temos como trabalhar a base sem antes trabalhar com o indivíduo que está conduzindo o processo. Ninguém leva adiante uma ideia que não acredita. É preciso que o profissional perceba primeiro que isso vai fazer bem pra ele, para depois querer colaborar com o outro”, complementa Lucilei Rossasi.

 

Conteúdo

No primeiro módulo foi trabalhado o autoexemplo. A proposta é uma autoanálise do indivíduo relacionado a seus hábitos, alimentação, atividade física, lazer, as relações interpessoais. “Aí a pessoa começa a perceber quais são os hábitos que estão direcionados a promover saúde e quais estão levando para o outro lado”.

Segundo ela, não existe o momento ‘ou eu estou saudável ou eu estou doente’. Existe um jogo de forças que nos conduzem para a saúde ou nos conduzem para a doença o tempo todo. “E eu preciso perceber, do que eu estou fazendo, da forma como eu vivo, estou caminhando pra qual lado desses? Hoje, especificamente esse primeiro momento serve pra que cada pessoa perceba o que está fazendo certo e o que pode mudar”.

Basicamente, a forma de entender a saúde é que muda com essa nova visão. Ela não é algo fragmentado, a saúde é resultado de um conjunto de fatores que incluem a genética, o estilo de vida, o ambiente (onde vive, se tem saneamento básico...) e o acesso ao sistema de saúde. “Ninguém é saudável tendo disponível um só”.

No próximo encontro o valor trabalhado será a “conexão”. Otimizar nos professores participantes as competências para formar e manter redes de compartilhamento dos princípios da saúde integrativa. 

 

Texto: Dielson Pickler