A Central de Triagem e Coleta Seletiva de Resíduos, operada pela Associação de Catadores de Materiais Recicláveis de Toledo, recebe nessa sexta-feira (25) a entrega de ampliações realizadas na estrutura. A ampliação e melhoria estão previstas no Plano Municipal de Coleta Seletiva, aprovado ano passado como lei. A solenidade acontece às 8h30 na Rodovia PR 317, km 7, que liga Toledo a Ouro Verde do Oeste.
A Central de Triagem foi implantada em 1996 e sofreu algumas ampliações e reformas, porém as condições estavam muito precárias. Segundo o engenheiro responsável pelo Aterro Sanitário, Flávio Scherer, “já estava na hora de melhorar. Até mesmo para atender a legislação sanitária e trabalhista”.
Em média, 22 pessoas participam da Associação de Catadores. A área modificada já existia, só foi reorganizado o espaço, implementando um refeitório, um vestiário e reformando a cozinha e os sanitários. Ao todo foram investidos quase R$ 120 mil, sendo que R$ 116.131,79 são oriundos da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) e outros R$ 3.512,76 são contrapartida do município.
Segundo o secretário de Meio Ambiente, João Batista Tita Furlan, “a gestão da coleta seletiva é compartilhada. A reforma em si trás melhores condições de trabalho para os catadores de material reciclável. O município faz a parte dele, mas o cidadão também precisa fazer a sua parte, separando os materiais e dando a destinação correta”, frisou Tita Furlan.
Parceria
O município cede o espaço em comodato para a Associação de Catadores, para que façam a coleta seletiva. A Secretaria de Meio Ambiente oferece a infraestrutura física, o barracão, os equipamentos para a reciclagem (prensa, esteira, balança, entre outros), veículo de coleta (dois caminhões compactadores), motorista, combustível, energia elétrica e telefone. Essa é a ajuda de custo para que possam desenvolver a atividade.
Todo o material coletado no Programa Lixo Útil é encaminhado à Central de Triagem de Materiais Recicláveis, anexa ao Aterro Sanitário, onde a Associação de Catadores faz a separação e triagem dos materiais recicláveis em uma esteira separadora, classificando os recicláveis por categorias. Plástico, papel, papelão, vidro, sucatas metálicas, embalagens do tipo tetrapak. Tudo é separado.
Depois são montados os fardos desses recicláveis para posterior comercialização pela associação. Flávio Scherer esclarece que o município não se envolve nesse processo. “Após a venda o dinheiro arrecadado é rateado entre os associados de forma proporcional aos dias trabalhados. O valor por associado também é sazonal, alguns meses fica abaixo do salário mínimo e às vezes fica acima do salário mínimo”, relatou.
“Tudo depende do valor de mercado dos produtos, conforme oferta e procura. Dificilmente eles conseguem ultrapassar o valor de um salário mínimo. Não adianta apenas aumentar o volume de materiais, depende diretamente da qualidade dos produtos coletados”, alerta o engenheiro.
Nos amarelinhos, por exemplo, existe uma grande mistura de materiais que não são recicláveis. Isso prejudica a separação, pois demora mais para executar o procedimento, além de desvalorizar os recicláveis. Muitos contêineres acabam sendo contaminados com outros tipos de materiais não recicláveis, dentre eles, restos de alimentos, animais mortos, fezes de animais, móveis, televisão, lâmpadas fluorescentes, pilhas, baterias, entre outros.
“Isso tem sido um problema muito grande no município, essa mistura de materiais junto com os recicláveis. De 85 toneladas de lixo que vão para o Aterro diariamente, cerca de 40% poderiam ser reciclados ou reaproveitados. Pra isso acontecer, é importante que cada um faça a sua parte”, chama a atenção.
Cooperativa
Além da Associação, Toledo também conta com uma cooperativa de catadores de baixa renda localizada provisoriamente no Ponto Fixo da Avenida Maripá, na Vila Pioneiro. A Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis de Toledo (Coopertol), recentemente implantada, também recebe suporte da Secretaria de Meio Ambiente e realiza trabalho similar ao da associação na triagem dos materiais recicláveis.
Programa Lixo Útil
As três modalidades do Programa Lixo Útil em Toledo são: Porta a porta; Ponto fixo de troca; e Contêineres (amarelinhos). A quantidade de lixo coletada pelo programa é sazonal, varia mês a mês. Em média são 220 toneladas por mês, das quais se aproveita cerca de 110 a 120 toneladas por mês. O restante, chamados de rejeito, vão para o aterro.
A coleta seletiva porta a porta tem meta de cinco anos para que seja atendida em 100% dos bairros. Hoje os bairros atendidos correspondem cerca de 60% da coleta seletiva do município.
Cerca de 150 famílias de baixa renda são cadastradas no Ponto Fixo de Troca. Elas recebem no máximo duas cestas básicas por mês. Para isso é necessário que coletem pelo menos 300 quilos de recicláveis para dar direito a uma cesta básica. Essa é uma modalidade que aos poucos será extinta.
Ttexto: Dielson Kleber Pickler