O Hospital Regional de Toledo deverá passar por pequenas adaptações para iniciar as suas atividades com um número maior de leitos de Unidade de Terapia Intensifica (UTI). A sugestão foi apresentada pela superintendência do Hospital do Trabalhador de Curitiba que esteve em Toledo nesta quarta-feira, 23, juntamente com representantes da Universidade Federal do Paraná e da Fundação de Apoio da Universidade Federal do Paraná (Funpar) para discutir com a prefeitura uma proposta de gestão compartilhada do Hospital Regional. A reunião foi realizada na sala de reuniões da prefeitura, com a participação do prefeito Lucio de Marchi, o secretário de Saúde, Thiago Stefanello, a vice-reitora da UFPR, Graciela Inês Bolzón de Muniz, o diretor de Apoio dos campi, Helton José Alves, o superintendente da Funpar, João Dias, o superintendente do Hospital do Trabalhador, Geci Labres de Souza Júnior, e demais integrantes da equipe técnica, a coordenadora do curso de Medicina em Toledo, Naura Angonese, o coordenador da Agência de Inovação da UFPR, Carlos Iamamoto, entre outros representantes. A gestão do Hospital do Trabalhador de Curitiba (HTC) é considerada modelo no país.
A comitiva, juntamente com o secretário de Saúde, fez uma visita técnica às instalações do Hospital Regional pela manhã e à tarde reuniu-se com o prefeito e demais integrantes da administração municipal. Jeci elogiou a estrutura física e com base na experiência em Curitiba fez algumas recomendações para garantir mais funcionalidade e qualidade no atendimento. Ele recomendou a ampliação imediata do número de leitos de UTI, dobrando a capacidade e a mudança de local do Pronto Socorro. “Com investimentos mínimos vocês podem ampliar de dez para 20 leitos na Unidade de Terapia Intensiva, dando um ganho de qualidade no atendimento”. Segundo ele, o número proposto é insuficiente e em menos de um mês, considerando a realidade regional, o HR já enfrentaria problemas de falta de vagas. A sugestão, que será acatada pela administração municipal, prevê a retirada de uma parede, reduzindo a área para cirurgia, que ele considerou superdimensionada pelo porto do Hospital, e ampliando a de UTI.
Outra sugestão, que igualmente deverá ser acatada, é de transferência do pronto socorro para a área de consultórios. A simples troca vai dar mais agilidade e segurança no atendimento de pacientes de urgência e emergência. Com a troca, o pronto socorro vai estar mais próximo dos equipamentos de raio x e tomografia, agilizando a realização dos exames, o que pode ser fundamental em uma emergência. “Hoje, da forma que está proposto, corre-se o risco de perder vidas. São pacientes graves e não se pode perder tempo”, comentou ele, com a experiência de atendimento de casos graves, que precisam de atenção imediata.
O superintendente do Hospital do Trabalhador de Curitiba destacou ainda o quadro de profissionais que deverá ser formado em Toledo, que deverá trazer uma mudança no mercado de profissionais locais. Hoje, o município tem dificuldade de contratação de médicos, o que não deverá ocorrer no futuro com o aumento da oferta de profissionais e também com o envolvimento destes futuros profissionais com a sua cidade. “Eles acabam criando um vínculo afetivo com o local onde se formaram e escolhem permanecer aqui, mesmo tendo outras oportunidades financeiras melhores. Isso ocorreu em relação ao Hospital do Trabalhador de Curitiba. Temos excelentes profissionais que estão conosco há mais de 20 anos”.
A presença e o envolvimento da Universidade Federal do Paraná, com a participação do curso de Medicina, foi bastante destacada, sendo fundamental para a formação dos futuros profissionais. “Se não tivermos o Hospital Regional, com o campo de estágio que temos, conseguiremos formar bons profissionais em Toledo, mas muito melhores com o Hospital Regional”, destacou a coordenadora do curso.
Experiência modelo
O Hospital do Trabalhador de Curitiba é mantido através de uma parceria entre a prefeitura de Curitiba, o estado e a Universidade Federal do Paraná, responsável pelo gerenciamento, através da Funpar. O atendimento é de alta complexidade, inclusive pacientes encaminhados de outros estados. Com um investimento mensal de R$ 13 milhões, o hospital mantém 222 leitos, dos quais 40 de UTI, e realiza cerca de 1700 cirurgias, incluindo diversas de alta complexidade, por mês.
Na próxima semana, com a vinda do ministro da Saúde, Ricardo Barros, e a superintendência da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebeserh), a gestão do hospital regional voltará a ser discutida. A reunião será realizada no próximo dia 31, em horário ainda a ser definido, com a presença de representantes de todos os setores envolvidos. Durante a reunião, deverá ser apresentado um levantamento que está sendo feito da necessidade de profissionais, equipamentos e ajustes finais na estrutura fisica visando a definição da forma de gestão e início do atendimento.
Texto: Eliane Cargnelutti Torres