26 de Setembro de 2017 at 16:11h

Mesa redonda reúne instrutores circenses

Uma mesa de debates integrou a programação desta terça-feira, pela manhã, no picadeiro do Circo da Alegria, durante a X Mostra e IV Festival de Circo Social de Toledo. O evento contou com a participação de representantes de grupos da região e foi intermediada pelo professor da Escola Nacional de Circo, Alex Machado, que pela quinta vez consecutiva participa do evento. Além das discussões realizadas durante a Mostra o professor também acompanha a exposição dos grupos, avaliando e fazendo sugestões aos trabalhos.

A mesa redonda, explica ele, teve por objetivo tratar as metodologias de ensino, os processos de criação e ensaios de espetáculos, criação de números, treinamento corporal, ensaios entre outras atividades programadas para diretores, artistas e instrutores. “São processos diferentes que exigem uma metodologia específica para cada caso”, esclareceu ele, ressaltando que eventos como estes são fundamentais por permitir a troca de experiências. “Eventos como estes permitem unir pessoas com fazeres e características próprias, são grupos específicos, mas que têm problemas comuns e buscam alternativas, soluções que podem ser compartilhadas e aproveitadas. Cada um encontra diferentes soluções para os seus problemas e a troca de experiências acaba resultando em soluções muito positivas”, reforçou.

Alex participa da Mostra pelo quinto ano consecutivo e disse que cada vez percebe novas evoluções. Ele afirmou que ficou muito contente com o trabalho que viu na segunda-feira, no espetáculo do Circo da Alegria, e acredita que ao longo da semana terá novas surpresas, com a exposição dos trabalhos dos diferentes grupos inscritos na Mostra. Segundo ele, são questões novas que precisam ser discutidas e soluções que precisam ser valorizadas. Ele ressaltou a importância de documentar, através de fotos, vídeos e descritivos as mudanças apontadas e discussões, para que elas não se percam.

Ele enfatizou também que o Circo da Alegria, de Toledo, tem um trabalho diferenciado na medida em que consegue abarcar em um único projeto três questões fundamentais indissociáveis em projetos circenses: a educação, o social e a cultura. “Aqui estas três coisas andam juntas, o que é muito difícil de acontecer. O artístico não está aquém do pedagógico e do social. Eles debatem e convergem entre si, sem um atrapalhar o outro”. Para ele, o diferencial do Circo da Alegria também está em não preocupar-se apenas no cumprimento de metas, tabelas, captação ou gastos de recursos, mas no tocar as pessoas. “Se o projeto toca as pessoas, como ocorre com o Circo da Alegria em Toledo, traz resultados. Prova disso são os diversos grupos que existem em Toledo e na região, nascidos a partir do Circo da Alegria, que se desenvolvem e prosperam”.

Ele acrescenta que um projeto que toca as pessoas repercute naquelas que se envolvem com o projeto, engrandece e repercute em suas vidas.

 

Escola Nacional de Circo

 

Professor da Escola Nacional de Circo, ele aproveitou para divulgar a escola, disponível para atender alunos do Brasil e do exterior. Pelo segundo ano, a Escola está oferecendo uma bolsa auxílio, que permite ao aluno cursar o curso técnico em tempo integral, com as suas despesas de manutenção pagas pela bolsa de estudos. Para participar o candidato deve ser aprovado em uma prova que avalia as habilidades artísticas e físicas do candidato. O curso tem duração de dois anos, com aulas em tempo integral. A cada ano, 60 alunos são aprovados e atualmente uma representante do Circo da Alegria frequenta a escola. Outros três de Toledo já frequentaram.

“É uma possibilidade que os artistas têm de melhorar a sua formação técnica, ter contato com uma pluralidade de modalidades e novos equipamentos, que nunca viram ou tiveram acesso, melhorando a sua formação profissional”.

 

Texto: Eliane Cargnelutti Torres