Adolescentes do Florir participam do projeto “O Valor de uma vida”

Como parte das ações do  “Setembro Amarelo”, campanha onde se promove a conscientização e prevenção ao suicídio, teve início nesta quarta-feira (19) o projeto “O Valor de uma vida”, desenvolvido pelas psicólogas do Ambulatório Municipal de Saúde Mental de Toledo, Gilsônia Beatriz Timm e Samayra Kelly Higa. O projeto tem como objetivo trabalhar a prevenção na adolescência. Os primeiros a receberem as atividades do projeto foram os adolescentes do Florir Toledo.

A última apresentação de dados do Ministério da Saúde em 2017 apontou o índice indicando aumento de 12% entre 2011 e 2016 nos casos de suicídio de modo geral. Destes casos, 30% são atribuídos a adolescentes ou adultos jovens entre 15 e 29 anos.

Segundo a Psicóloga Gilsônia Timm, o resultado deste levantamento foi o que motivou a equipe a desenvolver um projeto de prevenção para essa faixa etária em Toledo. “É uma população que apresenta algum tipo de vulnerabilidade social. Pensamos em lançar o projeto esse mês em função da campanha do Setembro Amarelo. Na verdade estamos intensificando as ações de prevenção e valorização da vida neste mês, pois o trabalho é constante o ano inteiro”, explanou.

A intenção da equipe é trabalhar com 10 turmas do Pró-Jovem e duas turmas do Florir Toledo. A expectativa é realizar um trabalho de prevenção reunindo entre 200 e 250 adolescentes.

A coordenadora do Ambulatório de Saúde Mental, Neuza Gripp, salientou a importância do projeto. “Vamos acabar trabalhando com um pessoal com certa vulnerabilidade social no decorrer do projeto. A preocupação hoje é com o adolescente  e os assuntos abordados vão de encontro com as necessidades do Ambulatório, já que aumentaram as queixas de automutilação e tentativas de suicídio entre os adolescentes”, explicou.

Metodologia

A forma como o projeto provocará a discussão sobre o tema entre os adolescentes tem início com a apresentação do filme brasileiro “As Melhores Coisas do Mundo”. A partir desta apresentação vão discutir sobre todas as dificuldades que o adolescente vive nessa fase da vida: as pressões sociais, os amores, a profissão, o estudo e também as angústias que tudo isso causa.

O filme mostra como os adolescentes vão encontrar as soluções para esses problemas. Após o filme é aberto um debate com eles. “Em seguida apresentamos as possibilidades onde eles podem buscar ajuda caso necessitem. O suicídio é um problema que atinge a população toda, independente de raça, idade, condição social ou religiosa”, explicou Gilsônia.

Durante as rodas de conversa elas falam do projeto “Caretas” desenvolvido pela Unicef e Facebook. Também divulgam o telefone do Centro de Valorização da Vida (CVV) “188”. O serviço fica disponível nacionalmente durante 24 horas e auxilia as pessoas que estão passando por algum tipo de sofrimento e querem buscar ajuda.

Prevenção

Apesar do assunto exigir uma certa complexidade, as formas de combater o suicídio e diminuir o sofrimento são bem simples. “Os diálogos e formação de vínculos com as pessoas que nos cercam são os melhores caminhos. Buscar o olho no olho e a confiança são medidas simples a serem adotadas. Outro fator importante é o sentar a mesa, o conversar em família. Esses momentos muitas vezes são trocados pelas tecnologias, pelos celulares”, apontou a psicóloga Gilsônia.

Ela também comentou sobre a importância de estarmos abertos a ouvir as pessoas que procuram ajuda. Nesse sentido, ela disse que “nunca podemos fazer o olhar com julgamento. As pessoas com sofrimento psíquico não conseguem esse mesmo olhar, por isso temos que ouvir com empatia e tentar encaminhar para os profissionais adequados. Nunca devemos desvalorizar o sofrimento psíquico alheio”, frisou.

A porta de entrada para todos os atendimentos é a Unidade de Saúde mais próxima de sua residência. A primeira conversa não precisa ser necessariamente com o médico, os demais profissionais poderão realizar o acolhimento e orientar a pessoa para o atendimento adequado.

Cronograma de atividades do projeto