suzi.lira 01 de Julho de 2019 at 18:21h

Unidades de bioenergia podem “pagar” a conta de luz dos prédios públicos em Toledo

Toledo está dando passos largos rumo a se tornar uma cidade sustentável. Os caminhos estão sendo trilhados para a construção de políticas que possibilitem a implantação de unidades de bioenergia que transformarão os dejetos de aves e suínos em outros tipos de energia, uma delas a elétrica. 

 

O objetivo audacioso da Secretaria de Desenvolvimento Ambiental e Saneamento de Toledo é zerar o gasto mensal de energia elétrica nos prédios públicos do município. Em 2018, a conta de luz da Prefeitura (incluindo os diversos prédios públicos) chegou próximo de R$ 4 milhões de reais. Se somarmos a iluminação pública, a conta pode chegar a R$ 14 milhões. 

 

Coletiva

Para explanar sobre o assunto e situar como andam as parcerias entre a Prefeitura de Toledo, Governo do Paraná, Itaipu e Centro Internacional de Energias Renováveis (Cibiogás) uma coletiva de imprensa foi realizada na Sala de Reuniões da Prefeitura na manhã desta segunda-feira (01). 

 

Além do Prefeito Lucio de Marchi, do Secretário de Desenvolvimento Ambiental e Saneamento de Toledo Neudi Mosconi, de secretários municipais, também esteve em Toledo o presidente da Agência Paraná de Desenvolvimento (APD), José Eduardo Bekin e representantes da Cibiogás, da empresa alemã ME-LE Energietechnik GmbH, o Promotor do Meio Ambiente Giovani Ferri, vereadores e outros empresários do setor. 

 

“Nós temos uma perspectiva muito grande de crescimento do setor de suinocultura e o município irá buscar as parcerias necessárias para unir a melhor tecnologia, de forma que tanto os produtores, quanto o município se beneficiem com a implantação dessas unidades”, resumiu o Prefeito Lucio de Marchi. 

 

Suinocultura

O Paraná produz aproximadamente 19% dos suínos do Brasil. E 51% da produção de suínos do Paraná está no Oeste do Estado, sendo que 20% estão alojados em Toledo. 

 

Para ilustrar o quanto a cadeia da suinocultura é relevante na economia do município o Secretário de Desenvolvimento Ambiental e Saneamento, Neudi Mosconi, apresentou alguns números referentes ao volume de reais das principais comódites: O comércio do milho representa uma fatia de R$ 131 a R$ 219 milhões; a soja em torno de R$ 290 milhões; já o comércio de aves R$ 400 milhões; enquanto os suínos representam 41,35% do VBP de Toledo e somam um montante de R$ 894 milhões. 

 

Dejetos

Toledo abate anualmente um plantel de 8,9 milhões de frangos. Eles geram aproximadamente 97,4 toneladas de dejetos por ano no município. Já o rebanho de suínos é formado por 1,2 milhões de animais. Eles são responsáveis pela geração de 360 mil metros cúbicos de dejetos por mês. São 4,32 milhões de metros cúbicos ao ano. 

 

Mosconi explicou que o tratamento dos dejetos em bioenergia e adubo é estratégico não só ambientalmente como economicamente. “O tratamento adequado dos dejetos pode resultar num crescimento imediato da suinocultura. Crescendo apenas 33% seriam injetados na economia aproximadamente R$ 300 milhões, aumentando o retorno de ICMS e a geração de emprego”, exemplificou. 

 

Bioköhler

A primeira unidade de geração distribuída de Toledo foi entregue na manhã desta segunda-feira no Distrito de Vila Ipiranga. De propriedade da família Köhler, o Biodigestor instalado tem capacidade de 75 KW e usa a tecnologia da empresa alemã ME-LE. A empresa já pactuou com o município e com o Estado, para disponibilizar a tecnologia para instalação de outras unidades. 

 

Estudos técnicos estão sendo realizados para definir onde instalar as unidades de bioenergia no município e quem poderão ser os parceiros em potencial.