A 2ª etapa do Campeonato Municipal de Capoeira aconteceu no último sábado (30), no Centro Olímpico Arnoldo Bohnen, no Jardim La Salle. Essa fase reuniu 75 alunos entre as idades de 7 a 18 anos. A final será realizada no dia dois de dezembro entre os estudantes que somarem mais pontos, entre a primeira e segunda etapa, contemplando 50 participantes. O local ainda será definido.
Em ambas as fases as competições foram divididas em seis categorias masculinas e seis categorias femininas, divididas conforme a idade. Para o professor de capoeira da secretaria de Esporte e Lazer, Evair Ferreira dos Santos (Caranguejo), essa divisão é necessária para tornar a disputa mais positiva do ponto de vista que cada aluno compete com alguém da mesma idade.
“Como essa é a primeira edição do Campeonato Municipal de Capoeira, eles conseguiram ter contanto com outras realidades e ver o desenvolvimento dos outros estudantes. Isso, além de servir como um incentivo para eles treinarem cada vez mais, faz com que eles façam novas amizades, essenciais para a formação social”, comenta o professor.
Caranguejo salienta que a capoeira foi criada no Brasil, pelos negros trazidos da África como escravos. “Muitas pessoas acreditam que a capoeira foi trazida da África, mas pelo contrário ela foi criada pelos escravos como forma de lutar contra os maus-tratos e até no momento da fuga, não há nenhum registro dessa expressão cultural antes disso, apenas algumas danças parecidas”.
O professor explica que o intuito do campeonato é difundir essa cultura da capoeira entre as crianças e os adolescentes. “Foi divulgado que na Califórnia 70% das escolas ensinam essa expressão cultural, em contrapartida aqui no Brasil 70% das escolas não ensinam os estudantes sobre essa arte”.
Caranguejo informa que para tentar mudar essa realidade no município, projetos de capoeira estão sendo devolvidos pela Secretaria de Esportes e Lazer e pela Secretaria de Assistência Social. “A roda de capoeira foi considerada pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura como um patrimônio cultural. Isso reforça a importância de desenvolver eventos e competições de capoeira na nossa cidade, para não fazer essa expressão cultural que valoriza a nossa história se perder no tempo”, finaliza o professor.
Texto: Nubia Hauer