05 de Junho de 2017 at 17:08h

Esquadrilha apresenta-se em Toledo para público de cerca de 30 mil pessoas

Mesmo com nuvens no céu, a Esquadrilha da Fumaça, fez uma bela apresentação executando todas as manobras propostas em um espetáculo sobre o céu do Parque do Povo Luiz Cláudio Hoffmann, no sábado, 3. Foram cerca 40 minutos de voos e acrobacias para cerca de 30 mil pessoas, segundo avaliação da Secretaria de Segurança e Trânsito, que se espalharam ao longo de todo o parque e em ruas próximas. Um extenso congestionamento se formou na rua de acesso, a 13 de abril, e muitos preferiram estacionar os seus veículos nas imediações e seguir a pé até o parque, procurando o melhor lugar para ver as demonstrações aéreas.  Pilotos e mecânicos chegaram a Toledo pontualmente às 11h, iniciando a preparação para a apresentação da tarde, às 16h.

Todas as manobras, apesar de parecerem muito perigosas para o público, são feitas com todo o cuidado, visando a segurança dos pilotos e da população, informou o capitão aviador Cléryson Wander Teixeira, que ocupa a posição fumaça 2 na composição da equipe. Ele falou em nome dos demais integrantes da Esquadrilha da Fumaça e destacou o longo trabalho de preparação e de conhecimento de aeronáutica para ingressar na Esquadrilha e participar das apresentações. São 1.500 horas de voo, das quais 800 de treinamento, antes de integrar a equipe. Depois são treinamentos diários visando a execução das manobras com total perfeição. Ao todo são 14 pilotos, porém apenas sete participam de cada uma das apresentações. Apenas integrantes da Força Aérea Brasileira (FAB) podem participar da Esquadrilha.

Durante a apresentação, um dos pilotos permanece no palco, narrando as manobras e direcionando o olhar do público para as acrobacias aéreas que estão sendo feitas. “Todas as manobras são pensadas de forma a garantir a segurança do público e dos pilotos. Embora exista um certo risco, todas as ações são feitas para mitigar eventuais acidentes”, esclarece o piloto, ressaltando que o treinamento visa justamente preparar bem o piloto justamente para evitar erros. Além disso, o mesmo piloto sempre voa na mesma posição, o que aumenta o grau de especialização na manobra, que são repetidas toda a semana, tanto para espetáculos mais completos, como para outros com visibilidade reduzida.

A precisão é fundamental. Em algumas manobras, os aviões ficam a menos de 2 metros de distância e a velocidade pode chegar a 590 km/h para ganhar altura, visando a queda em piruetas. “Para o público, parece que o avião está caindo em queda livre, dando cambalhotas no ar. Na verdade, o piloto tem total controle da aeronave ao fazer esta acrobacia”, ressalta o capitão Wander. O contato visual, acrescenta ele, é extramente importante. Mesmo operando com instrumentos, os pilotos dependem do contato visual, razão pela qual a apresentação é feita somente em condições meteorológicas adequadas. “Temos duas apresentações, uma para condições meteorológicas ideais e outra para situações não tão favoráveis. A avaliação é sempre feita minutos antes da apresentação. Tudo é feito conforme o planejado para não ter nenhuma surpresa, inclusive em momentos que podem ter algum problema técnico “, explica o piloto.

A utilização do A-29 Super Tucano, em substituição ao A-27 Tucano, permitiu o retorno de algumas acrobacias giroscópicas que tinham sido suspensas. “São aquelas manobras em que o publico vê a aeronave capotando no ar várias vezes, como se tivesse caindo sem controle. Nesta manobra, o piloto tem total controle da aeronave”. A nova aeronave, que como a anterior era totalmente brasileira, é mais potente, porém tem o dobro do peso.

Mesmo com muito treino, a adrenalina é muito forte a cada apresentação. Segundo o capitão Wander, ela é importante e motiva o piloto a fazer cada vez melhor e com segurança. “Com o tempo, o piloto vai ficando mais tranquilo. Depois de executar muitas vezes ele se sente mais seguro e confortável, tornando o voo mais prazeroso”.

O capitão Wander destacou ainda a satisfação de voltar a Toledo para uma nova apresentação, considerando o carinho da população local, que sempre o acolhe muito bem, além da presença do fumaceiro honorário, Onório Usinger. O título é concedido a pessoas que se destacam no apoio e dedicação à Esquadrilha da Fumaça.

 

 

Texto: Eliane Cargnelutti Torres

 

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