A Esquadrilha da Fumaça apresenta-se neste sábado, 3, às 16h, no Parque do Povo Luiz Cláudio Hoffmann. A expectativa é de que o evento reúna milhares de pessoas, razão pela qual a administração municipal, que está organizando o evento, solicita que a população desloque-se ao parque mais cedo e utilize meios alternativos de locomoção. Haverá transporte coletivo do Terminal Rodoviário ao Parque para facilitar o acesso. Estão programadas diversas atrações esportivas e culturais a partir das 14h, no Parque do Povo.
Esta será a primeira apresentação em Toledo da Esquadrilha da Fumaça com os novos aviões, o A-29 Super Tucano. O espetáculo tem cerca de 40 minutos de duração, período em que são feitas cerca de 50 acrobacias aéreas, utilizando uma fumaça especial que permite ver melhor os movimentos no céu. As manobras somente são feitas se em condições ideais de tempo, avaliação que é feita pelos pilotos e equipe pouco antes do início da apresentação. A previsão para este sábado é de tempo bom.
Os pilotos e mecânicos chegam a Toledo pela manhã. O primeiro avião chega às 10h. Em seguida, às 11h50min o segundo avião e os demais, às 11h. Às 11h15min, no aeroporto municipal Luiz Dalcanalle Filho, os pilotos estarão à disposição da imprensa para uma entrevista coletiva.
A-29 Super Tucano
Desde julho de 2015, a Esquadrilha da Fumaça retomou sua agenda de demonstrações aéreas com as aeronaves A-29 Super Tucano, após dois anos de implantação operacional e logística. O Super Tucano é a quinta aeronave adotada na história da instituição. Fabricado pela EMBRAER, o avião já era empregado pela Força Aérea Brasileira (FAB), cumprindo missões de defesa aérea, treinamento avançado, ataque leve, escolta, patrulha aérea de combate e formação de líderes da aviação de caça.
Ao serem adotadas pelo Esquadrão de Defesa Aérea (EDA, ou carinhosamente chamada de Esquadrilha da Fumaça, as aeronaves ganharam pintura com as cores vibrantes da Bandeira do Brasil, incentivando o sentimento de patriotismo e a admiração dos espectadores pela equipe brasileira em todo o mundo. Com mais de 60 anos de história, a Fumaça se concretizou como um instrumento de comunicação social da FAB, com manobras arrojadas e algumas exclusivas que a fazem diferenciar das demais esquadrilhas do mundo, como o voo invertido em formação, sua especialidade.
Número de demonstrações
Com mais de 3.750 demonstrações realizadas no Brasil e em 21 países, o EDA representa para milhares de pessoas a oportunidade de estabelecer contato, de maneira emocionante e inesquecível, com a Força Aérea Brasileira. A implantação da nova aeronave, mais moderna e compatível com o atual contexto tecnológico, representa o início de uma nova era caracterizada pela inovação e pelo progresso.
No dia 3 de julho de 2015, a Esquadrilha realizou sua estreia com as aeronaves A-29 Super Tucano, mantendo sua tradição e vocação, durante a Cerimônia Militar de Entrega de Espadins da Turma Jaguar na Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga/SP. O voo histórico no “Ninho das Águias” foi mais uma confirmação da forte ligação existente entre a Fumaça e os Cadetes, uma vez que a instituição foi criada para incentivá-los a confiarem em suas aptidões aeronáuticas.
O momento marcou a retomada da agenda de demonstrações após a conclusão do “Programa de Implantação da Aeronave A-29 Super Tucano no EDA”. O programa de implantação operacional e logística teve início no ano de 2013 em substituição aos aviões T-27 Tucano, que foi utilizado no Esquadrão por 30 anos.
Demonstração Aérea
Toda apresentação conta com sete pilotos em sete aeronaves. Cada posição de voo tem uma função específica, e as manobras são realizadas ora com os sete aviões, ora com quatro, ora com três e ora com um avião, o Isolado. Um oitavo piloto fica em solo realizando a locução. As missões também podem contar com avião de apoio para o transporte de equipe e material. A demonstração tem duração de 35 minutos e conta com cerca de 50 acrobacias.
Em uma demonstração aérea, antes da decolagem, os sete pilotos são acompanhados pelos mecânicos da área de manutenção e se apresentam para o Líder da Esquadrilha, marchando até os aviões e iniciando as ações necessárias para a partida das aeronaves. Após todos os procedimentos de segurança, é dado início ao show aéreo.
A demonstração com o A-29 Super Tucano procurou seguir a sequência de manobras que eram realizadas com o avião anterior, o T-27 Tucano, fazendo as adequações necessárias devido ao fato de a aeronave ser mais potente e apresentar maior capacidade operacional. A Fumaça também voltou a realizar duas manobras que não estavam mais sendo executadas pelo T-27: Lancevaque e Chumboide. Outra novidade é a adoção da fumaça ecologicamente correta, baseada no conceito sustentável de não agredir o meio ambiente.
Lancevaque e Chumbóide
São acrobacias que voltaram a serem realizadas pelo EDA, sendo executadas pelo piloto da posição de número 7, o Isolado. Ambas eram realizadas no início da era Tucano e retornaram à demonstração com o A-29.
As manobras consistem em uma combinação de comandos aplicados pelo piloto que provoca uma reação da aeronave que se assemelha a “cambalhotas no ar”. No caso do Lancevaque, os giros são mais verticalizados. Enquanto que o Chumboide tem o perfil mais horizontal. Para o público, traz a impressão de que o avião está descontrolado, mas o piloto tem total controle sobre a aeronave, podendo retornar ao voo normal a qualquer momento.
Escrita com fumaça
O sistema de escrita com fumaça foi um projeto criado por técnicos da Fumaça para ser utilizado, inicialmente, na aeronave T-27 Tucano. Com base nessa ideia, a EMBRAER produziu, em coordenação com equipe de manutenção do EDA, um novo sistema de programação de escrita com fumaça criado especialmente para a aeronave A-29 Super Tucano, já utilizando a tecnologia padrão embarcada da própria aeronave.
Para isso, houve a instalação de um software no sistema – programa conhecido por “PROESA”, que significa “Programador de Escrita Aérea”. A frase, inserida neste software ainda em solo, produz coordenadamente a escrita no céu – método criado e desenvolvido pela própria equipe do EDA.
Para formar as letras, sete aeronaves voam em formatura “linha de frente”, ou seja, uma ao lado da outra, com velocidade constante. Cada piloto insere um cartão de memória da própria aeronave no sistema, fazendo o download dos dados de escrita. As informações dos cartões são, então, transferidas para o sistema instalado na aeronave, passando pelo processamento de dados do avião. Se o piloto voar na posição de número 4, por exemplo, ele deve digitar no sistema do avião a posição na qual irá voar, para que o mesmo possa produzir a fumaça correspondente.
Na sequência, o sistema de processamento de dados da aeronave gerencia o acionamento da bomba que liga e desliga a fumaça nos momentos previstos, fornecendo o óleo para os bicos pulverizadores. A fumaça sai entrecortada do avião, e as letras podem ser vistas por espectadores a uma altura de, aproximadamente, 10 mil pés, o que corresponde a três mil metros. Com esse sistema, a Esquadrilha continua a realizar homenagens a datas festivas, eventos, cidades e personalidades, com o uso do seu novo sistema de programação de escrita com fumaça.
História
A Esquadrilha da Fumaça nasceu da iniciativa de jovens instrutores de voo da antiga Escola de Aeronáutica, no Rio de Janeiro, que, em suas horas de folga, treinavam acrobacias em grupo, com o objetivo de mostrar aos cadetes a capacidade e segurança dos aviões, incutindo-lhes confiança e motivando-os para a pilotagem militar. Em 14 de maio de 1952, aconteceu a primeira demonstração oficial da Esquadrilha da Fumaça no Rio de Janeiro.
Aeronaves utilizadas
A equipe iniciou suas atividades com o avião norte-americano NA T-6 Texan, e o utilizou até a desativação do Esquadrão em 1977. No final dos anos 1960, por um breve período, operou os jatos de fabricação francesa T-24 Super Fouga Magister. Reativada em 1982, a Esquadrilha da Fumaça voou o T-25 Universal e, rapidamente, em 1983, passou a voar os turbo-hélices de treinamento T-27 Tucano, fabricados no Brasil pela EMBRAER. Em 31 de março de 2013, aconteceu a última demonstração com essa aeronave que, em seguida, foi desativada, dando lugar ao seu substituto: o Embraer A-29 Super Tucano. Assim como o T-27, o A-29 também recebeu a pintura nas cores da Bandeira Nacional.
Recorde mundial
A Esquadrilha da Fumaça já atingiu três recordes mundiais - “Guinness World Records”. O último recorde alcançado aconteceu em 2006, quando 12 aeronaves voaram de dorso (cabeça pra baixo) por 30 segundos, percorrendo três mil metros. O momento ocorreu na Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga. No ano de 1996, a Esquadrilha bateu seu primeiro recorde, quando dez aeronaves fizeram o voo invertido por 30 segundos, uma marca então inédita. No ano de seu cinquentenário, 2002, o EDA atingiu mais um recorde com o voo invertido de onze aviões.
Equipe
A Esquadrilha da Fumaça é formada por militares da Força Aérea Brasileira. Atualmente, são treze oficiais aviadores, um especialista em aviões, um médico, três oficiais de Comunicação Social, e uma equipe de graduados especialistas, divididos na área administrativa e de manutenção de aeronaves – conhecidos carinhosamente por “Anjos da Guarda”. Os soldados completam o time, colaborando na rotina diária.
Equipe de oficiais pilotos no ano de 2017:
#1 – Tenente-Coronel Aviador Líbero Onoda Luiz Caldas
Major Aviador Marcelo Oliveira Silva
#2 – Capitão Aviador Cléryson Wander Teixeira
Capitão Aviador Thiago Romeiro Capuchinho
#3 – Major Aviador Ubirajara Pereira Costa Júnior
Capitão Aviador Lucas Pacheco Yoshida
#4 – Capitão Aviador Juliano Augusto Sousa Nunes
Capitão Aviador Glauber Lage Moreira Claver Silva
#5 – Capitão Aviador Nilson Rafael Oliveira Gasparelo
Capitão Aviador Pedro Augusto Esteves
#6 – Major Aviador José de Almeida Pimentel Neto
Capitão Aviador Felipe Caldoncelli Barra Melo
#7 – Major Aviador Daniel Garcia Pereira
Major Aviador Eduardo Maia Arantes
*Com informações da Assessoria de Imprensa da EDA