15 de Mai de 2017 at 16:44h

Exposição “Der Sturm Vor Der Geist” segue até junho no Teatro Municipal

Segue até 8 de junho no Teatro Municipal de Toledo a exposição “Der Sturm Vor Der Geist” (A tempestade do espírito), da artista plástica Sandra Mônica Winkelmann. Esta exposição constitui parte do desenvolvimento do Projeto Estético/Político intitulado ”A Democratização da Arte e o Contemporâneo”.

A artista explica que para melhor compreensão acerca do que é o projeto e quais objetivos visados por este, é necessária análise pressuposta. “Ao nos referirmos ao conceito, vamos desmembrar e analisar as nomenclaturas que constituem o título: "A Democratização da Arte": analisando historicamente, a arte sempre esteve sob o olhar de uma ‘minoria elitista’. Neste âmbito, o projeto tem como definição, romper com o conceito ‘elitista de arte’, apresentando a denominação no sentido de, democratizar a arte, objetivando desta forma, levar a arte para todos os olhares”, explica Sandra.

Neste contexto, implica o surgimento da segunda categoria, O Contemporâneo. “O intuito é problematizar temáticas contemporâneas, como política, educação, arte, machismo, trabalho, filosofia, ciência, racismo, sistema carcerário, sexualidade, feminismo, cultura (crise cultural), violência contra a mulher, emancipação, liberdade”, complementa a artista.

Segundo ela, a arte, na sua forma tradicional, é encontrada/apresentada em "molduras douradas", como também em casas fechadas (Teatros, Casas de Cultura, Museus, etc). “Buscar-se-á, através deste projeto, espaços alternativos (espaços estes, onde comumente não encontramos a arte). A intenção, através de "exposições relâmpago", é interagir com o espectador, propondo participação deste com a arte (organização das instalações/exposições), como também conversação acerca da contextualização apresentada”.

A poesia que leva o nome da exposição revela um pouco do sentimento envolvido nessa obra.

 

DER STURM VOR DER GEIST (a tempestade do espírito)...

... tormenta...

... espírito...

... TEMPESTADE...

... o VIGOR do espírito...

... a insurgência nua...

... A FORÇA IMPETUOSA DO caos...

... à TEMPESTADE DO ESÍRITO: a não piedade... pois tem dever: destruir...

... época sombria... necessária...

... a lama... o lodo... que petrificaram... a podridão: devem ser destruídos a nossa época e todas as épocas... e a mais remota época...

... Do espírito é implorada a MORTE... é implorada a rebelião... DESTRUIR SEMPRE... para que o novo surja: uma dança da morte e da vida...

... rebelião contra tudo o que se mostra à existência...

... estilhaçar... A vida isso requer... a vida grita por isso... a vida clama por isso: para que o novo possa se mostrar...

– emerge assim, o furor... demolir... destruir, A MORTE... a vida... nada é poupado...

... A TEMPESTADE... deve varrer... O ESPÍRITO... limpar...

... os estilhaços têm como fim E DESTINO: destruir... as finas teias que ainda se mostram... o COLAPSO...

teias estas, que não mais enlaçam... não mais respiram... DOENTES...

...TEIAS MORTAS... DESTRUIR É NECESSÁRIO... para novAs formas surgirem...

A EXISTÊNCIA REQUER a morte... requer a vida... o ciclo e A MORTE SE MOSTRA... GRITA... GEME... A MORTE CLAMA FORTEMENTE...por vida... POR MORTE...

Onde morte e vida... numa dança violenta... NUM MOVIMENTO VIOLENTO... matam... RITMO... vida...

NOSSA ÉPOCA REQUER SER destruída... para que o novo SURJA... 2017... maio... 08...

 

Esta obra artística, segundo a artista, representa o colapso contemporâneo -cultural/estrutural/global - a máxima do capitalismo (Maquiavel: os fins justificam os meios) e Nietzsche (a lei do mais forte).

 

Texto: Dielson Pickler