O dia 5 de dezembro celebra no Brasil o Dia da Medicina de Família e Comunidade. A data coincide com a fundação da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC). Em Toledo, a implantação da Saúde da Família foi intensificada nos últimos quatro anos e atualmente o município conta com dezoito equipes distribuídas nos bairros Jardim Europa (4), Jardim Panorama (3), Loteamento Cosmos (3), Jardim São Francisco (2), Jardim Pancera (2), Jardim Santa Clara IV (2), Jardim Bressan (1) e Jardim Concórdia (1) e a cobertura assistencial em saúde de 55 mil habitantes.
Para o médico da família e secretário de Saúde, Fernando Pedrotti, o modelo tem dado certo nas comunidades onde foi implantado devido a algumas características. “A Estratégia da Saúde da Família tem alguns atributos que são essenciais. Uma das primeiras vantagens é melhorar a condição sanitária da população de um determinado território. A equipe tem a responsabilidade de zelar pela saúde de uma região”. Em outras condições de atendimento existe uma área de abrangência, porém o número de pessoas assistidas é muito maior. “Na estratégia existe um mapeamento e toda a população é acompanhada”, completou.
As equipes de Saúde da Família possuem médico, enfermeiro, dois técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde conforme a demanda de pacientes do território. Este acompanhamento, segundo Pedrotti, faz com que a comunidade e os profissionais criem vínculos facilitando o acesso aos serviços. “A equipe conhece seus pacientes, quais suas maiores necessidades, os problemas de saúde que ocorrem com maior incidência”.
O secretário de Saúde de Toledo ainda lembrou que já existem três equipes de saúde bucal atendendo no município contando com odontólogo e técnicos em higiene dental. “Funciona de forma semelhante, com a estratificação de pacientes e atendimento preventivo e curativo, dependendo da situação de cada usuário”.
Os resultados da implantação da Saúde da Família têm sido muito positivos. Pedrotti lembrou que o grau de satisfação da população assistida pelas ESF’s é muito maior. Parte desta aprovação se dá porque, segundo informações repassadas pelo secretário de Saúde de Toledo, 85% dos problemas de saúde dos pacientes acompanhados pelas equipes de medicina da família são resolvidos na própria unidade. “Não é preciso o encaminhamento para outras áreas. Apesar de se confundir a atenção primária com algo mais simples, o médico da família precisa ter um conhecimento integral do paciente e de sua situação, analisando até mesmo as condições de higiene, moradia e outros fatores considerados vetores dos problemas de saúde, pois muitas vezes a falta de cuidados com a limpeza pode desencadear viroses e outras infecções”, disse.
Esta cobertura assistencial se reflete em um cuidado ainda mais resolutivo. “O grande desafio da saúde pública hoje é ser efetiva. Não adianta eu tratar o paciente se o foco do problema está na falta de assepsia ou no consumo de alimentos mal preparados e sem as mínimas condições de higiene. O tratamento será ineficaz se não houver o acompanhamento integral”, afirmou Pedrotti.
Para o prefeito Beto Lunitti a solução para os problemas de saúde é mudar a cultura da população em relação ao seu atendimento. “É preciso entender que é melhor promover a saúde do que curar a doença”, afirmou reforçando que nos últimos quatro anos o número de equipes da saúde da família em Toledo saltou de cinco para dezoito. “É um aumento considerável e faz a diferença para as pessoas atendidas”, concluiu.
Economia
Outra vantagem do investimento na Medicina da Família está na economicidade de recursos municipais. A Secretaria de Saúde recebe repasses do Ministério da Saúde para a manutenção das equipes. “Todos os agentes comunitários de saúde, por exemplo, são custeados pelo MS. Além disso, parte do pagamento dos profissionais também pode ser feito com os repasses oriundos do Governo Federal, enquanto as unidades ‘tradicionais’ não mantidas exclusivamente com recursos próprios”, explicou.