A pandemia de Covid-19 afetou a economia de Toledo em vários aspectos, mas, ao contrário do que se registra em vários municípios do Brasil, não registrou um fechamento em massa de empresas. Pelo contrário: entre janeiro e julho deste ano, foi concedido o alvará de abertura a 1.547 pessoas jurídicas enquanto 453 pediram baixa, um saldo positivo de 1.094 empreendimentos.
O maior saldo foi em relação às microempresas (586, com 758 aberturas e 172 baixas), seguido pelos MEI - microempreendedores individuais (294, 519 a 225), pequenas empresas (234, 253 a 19) e grandes empresas (9, 11 a 2). Apenas as médias empresas tiveram saldo negativo de 29, com seis aberturas e 35 baixas.
Em números absolutos, este resultado é menor que o registrado no ano passado, quando, nos sete primeiros meses de 2019, 1.623 alvarás de aberturas foram concedidos a empresas do municípios e 507 pediram baixa, um saldo positivo de 1.116 - apenas 22 a mais que no mesmo período de 2020. “Não fosse a pandemia, certamente este número seria ainda maior neste ano. A crise não fez perder o interesse de quem quer investir em Toledo, tanto que o número de atendimentos na Sala do Empreendedor não apresentou quedas significativas em momento algum, mesmo quando houve medidas mais restritivas do poder público”, avalia a coordenadora do órgão, Fernanda Moreira.
O secretário de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico, de Inovação e Turismo, Alcídio Roques Pastório, entende que a manutenção de alta na criação de empresas se deve à confiança que Toledo inspira nos investidores. “Para os empreendimentos de todos os portes, nosso município oferece um ambiente de negócios favorável, com infraestrutura e estabilidade político-administrativa. Dessa forma, oferecemos confiabilidade, equilíbrio e solidez para eles investirem sem medo”, analisa. “Por esses motivos, os últimos dias foram de grandes notícias nesta área, com a confirmação de novos empreendimentos de três grandes grupos do varejo paranaense e nacional, caso do Muffato, da Havan e do Primato, aqui em Toledo”, exemplifica.
Resiliência
A demonstração da resiliência das empresas toledanas em meio ao cenário da crise causada pela pandemia de Covid-19 é confirmada pelo levantamento “O impacto da paralisação nas atividades em decorrência da pandemia do Covid-19”, realizado entre 30 de abril e 8 de maio pelo Departamento Institucional da Associação Comercial e Empresarial de Toledo (Acit) e divulgado pela entidade no fim de maio.
E esta força não se demonstra só na capacidade de as empresas permanecerem com as portas abertas, mas também na capacidade de manter os empregos que gera. Das 295 empresas que responderam ao questionário, 71% delas não precisaram fazer demissões; em 28% foram dispensados de 1 a 5 colaboradores; e apenas 1% precisou abrir mão de mais do que seis funcionários.
Detalhe: a manutenção dos postos de trabalho se deu em um cenário em que, segundo o levantamento da Acit, 81,6% das empresas ouvidas registraram queda de faturamento. “Os prejuízos econômicos causados pela pandemia certamente serão menores em Toledo do que haverá em outras cidades do Brasil justamente porque temos empreendedores competentes e corajosos, que não baixaram a cabeça para a crise”, destaca Pastório.