suzi.lira 15 de Agosto de 2018 at 14:44h

Parque das Araucárias é o primeiro com brinquedos adaptados para cadeirantes

Toledo é uma cidade que cresce. E cresce não só no agronegócio ou no desenvolvimento comercial e urbano, mas também no olhar para as pessoas e no processo de humanização. O playground do Parque das Araucárias é um exemplo disso, ele foi projetado com um olhar diferente. Houve a inclusão de brinquedos acessíveis para cadeirantes e com piso anti traumático, emborrachado em cores vibrantes, tornando o espaço lúdico mais atrativo para as crianças que frequentam aquela praça. O projeto, implantado neste ano foi inédito ao criar um espaço de lazer para deficientes físicos.  

 

A Arquiteta e Urbanista da Secretaria de Planejamento Urbano, Loana Marostica, comenta que não basta estar na lei, mas que o princípio da inclusão social deve ser adotado na prática nos dias de hoje, principalmente no serviço público.

 

Ela lembra que antigamente não se contemplava inserir as rampas para cadeirantes nas calçadas. Hoje essa realidade mudou. Toda calçada, loteamento ou mobiliário urbano são planejados para que haja a preocupação com as pessoas com mobilidade reduzida, cadeirantes ou deficientes visuais. “Essa mesma preocupação também é levada em conta quando projetamos os parquinhos”, frisou Loana.

 

“A intenção é que os próximos mobiliários urbanos contenham essa preocupação. A cidade também precisa oferecer políticas públicas de lazer para a diversão e integração deste público”, afirmou.

 

Sonho realizado

Acompanhamos a primeira visita de duas crianças cadeirantes ao Parque com os brinquedos adaptados, Felipe Pedroso Reisdofer (14) e Artur Miguel Danzer (8). A experiência foi memorável e a alegria de ambos indescritível.

 

“Eu gostei muito e quero voltar aqui de novo. Acho muito importante ter espaços como esse. Seria legal ter outros espalhados na cidade”, exaltou Felipe. Ele agradeceu o Prefeito, já que há menos de dois anos solicitou pessoalmente que a Prefeitura providenciasse um brinquedo adaptado que ele pudesse brincar.

 

A mãe de Felipe, Tatiana Pedroso, não escondeu a satisfação e felicidade de ver o seu filho se divertindo em um parquinho público. “São 14 anos que estávamos esperando sair num parque, sair durante as férias, levar o Felipe num parque e ele ter o que fazer, além de ficar só olhando as outras crianças se divertirem. É um sonho realizado”, afirmou Tatiana.

 

O desejo dessa mãe é que essa prática se torne habitual e deixe de ser ‘acessibilidade’ para se tornar ‘praxe’. “É importante também conscientizar todos os pais sobre a preservação dos equipamentos, já que demoramos tanto para conquistar, espero que durem”, pontuou Tatiana.

 

A mãe do Artur, Valéria Galeti de Oliveira, também adorou o formato dos brinquedos. “Isso é a oportunidade deles terem uma vida mais parecida de uma criança da idade deles. Essa é uma opção de lazer que eles não tinham. É uma realização, é o sentimento da palavra inclusão. Seria interessante pelo menos um brinquedo destes em cada parquinho, eles já se sentiriam inclusos”, solicitou a mãe.

 

Parque das Araucárias

Loana Marostica foi a Arquiteta e Urbanista responsável pelo projeto do Parque das Araucárias. Além de contemplar o primeiro parquinho infantil com brinquedos adaptados para cadeirantes, o projeto conta com espaços de convivência muito bem projetados. “A tecnologia empregada neste parque contempla brinquedos de altíssima qualidade. O piso emborrachado é de alto nível de amortecimento contra impactos físicos e os brinquedos adaptados seguem rigorosos padrões de segurança. Então os pais podem levar as crianças tranquilamente para se divertirem neste espaço lúdico. Isso proporciona a integração social”, salientou.

 

O Parque das Araucárias está localizado no Jardim Concórdia, margeando a Rua Pedro Álvares Cabral, que também sofreu intervenções anteriormente. O projeto total englobou, desde a área utilizada pelos escoteiros, o parque infantil, a academia da terceira idade, pergolado, ciclovia, passeio, passarela sobre a sanga, iluminação em LED e placas coloridas com orientações.

 

Segundo Loana, foi realizada a proteção da Área de Preservação Permanente (APP), proporcionando segurança, redução do acúmulo de lixo e a revitalização do espaço onde está inserido no meio urbano. Os recursos investidos pelo poder público foram financiados pela Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD). “A ideia é que as pessoas despertem a consciência ambiental e, por meio da utilização desses espaços verdes, desenvolvam o sentimento de pertencimento ao local. Afinal de contas, esse ambiente é da comunidade. É importante que façam uso consciente”, finalizou.