13 de Janeiro de 2017 at 17:30h

Produtores de Lageado Grande buscam informações sobre projeto do Biogás

Produtores de suínos da microbacia do Lageado Grande estiveram reunidos na tarde desta quinta-feira (12) com o prefeito Lucio de Marchi, com o vice-prefeito João Batista Tita Furlan e outros secretários municipais. O principal objetivo da reunião era, além do primeiro contato com a nova administração, obter informações sobre o estudo realizado sobre a viabilidade técnica, econômica e financeira para uso energético do condomínio de agroenergia da microbacia.

O estudo foi realizado por intermédio do Programa de Desenvolvimento Ambiental Sustentável de Toledo (PDAS), financiado pela Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD). O Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás) foi a empresa contratada no segundo semestre de 2016 e tinha 180 dias para execução do  estudo. A comunidade recebeu os projetos individuais em dezembro.

O programa previa a produção de bioenergia através dos dejetos de suínos. O financiamento previsto era de mais de R$ 2 milhões. A carta consulta para início do programa foi protocolada em junho de 2009 no Sistema do Tesouro Nacional (STN). O prazo para a execução finaliza em novembro de 2017. Em função do tempo dificilmente será possível executar dentro do prazo previsto no projeto.

A diretora de Captação de Recursos do PDAS, Lucélia Giaretta Mattiello, confirmou a dúvida dos produtores. Eles acreditam que a burocracia dos serviços públicos inviabilizou a execução do projeto dentro do prazo. “Tivemos impedimentos legais, a falta de regulamentação da legislação (estadual e federal) que fundamentasse e que desse subsídio para implementação do projeto na ideia original, que era canalizar o gás por meio de rede de dutos até uma central para produção de biometano e geração de energia elétrica”, explicou Lucélia.

Ela disse ainda que, mesmo não executando o projeto em tempo hábil, os produtores ainda possuem o estudo de viabilidade onde foram avaliados três cenários diferentes. A partir daí foi criado um quarto cenário, com previsão de retorno em cinco anos, que prevê a coleta do dejeto e transporte até um biodigestor central. “Esse conhecimento continua com os produtores e é o mais viável tanto para eles, quanto para o Município”, afirma a diretora.

Na próxima semana o Município deve receber o estudo finalizado. Segundo o prefeito Lucio de Marchi, a equipe técnica avaliará se será possível a execução dentro do prazo. “Nós não vamos deixar os produtores na mão. Toda a equipe está empenhada em encontrar saídas para esse problema”, afirmou Lucio.

O vice-prefeito, Tita Furlan, que também responde pela Secretaria de Meio Ambiente, reforçou que a administração tem convicção da necessidade de resolver a questão dos passivos ambientais gerados nessas propriedades. “Queremos ofertar alternativas e de forma alguma desassisti-los, 42% do PIB agropecuário de Toledo é da suinocultura. Temos consciência que o solo de várias propriedades já está contaminado. Então se esse projeto não for viável devido as questões burocráticas, vamos buscar outras soluções”, garantiu Furlan.

 

Indústria de biometano

Coincidentemente, logo após a reunião com os produtores, Tita Furlan recebeu a notícia que o diretor responsável pela J Malucelli Ambiental, Eduardo Barrionuevo, visitará Toledo nos dias 26 e 27 de janeiro. O motivo da visita é que dos 399 municípios do Paraná, apenas dois foram escolhidos para receber a proposta de construção de uma usina de biometano, e uma delas é Toledo.

“Essa notícia veio na melhor hora. Estamos tentando resolver o problema de 17 produtores e aparece a oportunidade para solucionar o problema de todos os passivos do município. A J Malucelli Ambiental está construindo a maior indústria de biometano em Montenegro/RS. Um investimento de mais de R$ 100 milhões com recursos apenas da iniciativa privada”, comentou Tita Furlan, com empolgação ao receber a notícia.