28 de Setembro de 2017 at 16:10h

Projeto de iniciação científica da UTFPR recebe apoio da prefeitura e é premiado

Um projeto de iniciação científica, desenvolvido pela Universidade Federal do Paraná, com o apoio da prefeitura de Toledo, acaba de ser premiado no VII Prêmio Instituto 3 M, em primeiro lugar, e poderá viabilizar a destinação adequada de vidros descartados, reduzindo o passivo ambiental, diminuindo o custo de obras e proporcionando uma renda extra para os catadores de recicláveis de Toledo. O troféu foi mostrado nesta quinta-feira, 28, pelo professor orientador, Ricardo Schneider, ao secretário de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico, de Inovação e Turismo, Paulo Almeida, que intermediou a participação da administração municipal no processo.

O projeto, que está sendo desenvolvido desde 2015, pelas estudantes do curso de Engenharia Civil da UTFPR, Isabelle Costa e Mayra Branco, prevê o aproveitamento dos resíduos de vidro, descartados pela população, para a produção de vidro moído que será incorporado à areia para a utilização em obras públicas e projetos sociais, barateando o custo. A prefeitura vai auxiliar no processo, mobilizando os catadores para o recolhimento dos vidros, o que poderá representar uma renda extra aos catadores, além do aproveitamento da areia gerada, para a realização de obras públicas.

“Tinham outros projetos muito bons, nas áreas de saúde, meio ambiente, entre outros, mas o diferencial do nosso projeto foi aliar meio ambiente - visando a recuperação do passivo ambiental - com interesse social, beneficiando catadores de recicláveis, com aumento da sua renda, bem como a possibilidade de utilizar a areia produzida para obras sociais e outras, reduzindo os custos públicos. Neste processo, a prefeitura teve um papel importante”, destacou o orientador do projeto. Além disso, completou o professor orientador, as pesquisas já apresentaram testes de resultados, mostrando a viabilidade do projeto, que deverá ser implementado agora em maior escala.

O prêmio consiste no repasse de um valor de R$ 50 mil que serão aplicados na implementação do projeto em maior escala. Conforme o professor, os recursos que deverão ser disponibilizados nos próximos dias, deverão ser utilizados na compra de máquinas para moer o vidro, avaliada em cerca de 30 mil, e em equipamentos para laboratório para a realização dos testes, além do pagamento de dois bolsistas. Estatística levantada em Toledo em 2015 mostra um volume atual de cerca de 200 toneladas de vidro por ano, o equivalente a 1,43 por cento do lixo gerado no município. Segundo o professor, todo este material poderia ser recolhido e triturado, adicionado à composição da areia, evitando assim que este material ocupasse lugar no aterro sanitário.

Hoje, explica ele, muitos catadores não recolhem este tipo de material porque o valor comercial é muito baixo. “Fica inviável recolher e encaminhar para centros de processamento como São Paulo. É um material pesado, de grande volume, tornando muito alto o custo de transporte”, explica. No futuro, acredita o professor, as empresas que atuam no ramo de vidraçarias, que são responsáveis pelo destino adequado do lixo gerado, também poderiam utilizar este projeto para o descarte de seus resíduos. Seis quilos de vidro moído tem um custo médio hoje, no mercado livre, de R$ 100,00.

A participação da prefeitura foi importante para demonstrar o caráter social do projeto, comenta Paulo Almeida. Segundo ele, o trabalho serviu também para mostrar que as pesquisas feitas nas universidades podem ser aplicadas no dia a dia das pessoas. Para ele, o projeto representa um ganho ambiental muito grande, na medida em que permitira a retirada do meio ambiente do vidro, que pode gerar um passivo ambiental de anos, além do alcance social, com a possibilidade de aumentar a renda dos catadores. O vidro hoje tem um valor muito pequeno e iniciativas como estas podem agregar maior valor ao produto, gerando novas perspectivas de renda para os catadores.

A prefeitura, acrescenta Almeida, deverá contribuir neste processo, orientando e mobilizando os catadores, além de viabilizar a utilização da areia em obras da Empresa de Desenvolvimento Urbano (Emdur), reduzindo os seus custos. 

 

Texto: Eliane Cargnelutti Torres