Na próxima quinta-feira (02), 19h, será realizado na Associação de Engenheiros e Arquitetos de Toledo um debate técnico regional sobre o Fracking. O encontro reunirá profissionais engenheiros, arquitetos e agrônomos da região e demais interessados em entender melhor sobre a situação atual da exploração do gás de Xisto na região por meio do fraturamento hidráulico.
O encontro contará com a participação do gerente regional do Conselho Regional de Engenharia Arquitetura e Agronomia do Paraná (CREA-PR), Geraldo Canci, do representante do Sindicato da Indústria da Construção Civil Oeste do Paraná (Sinduscon), Ronald Drabik e do auditor fiscal da Prefeitura de Toledo, responsável pelos estudos e pela elaboração da Carta Toledo contra o Fracking, Renato Eidt.
Conforme Geraldo Canci, na ocasião será apresentada a situação dos processos para a exploração do gás na região, os pontos negativos e positivos do fracking. “É importante proporcionar esse debate técnico entre os profissionais das áreas relacionadas, para que se amplie o conhecimento e o entendimento sobre, e que eles possam tomar um posicionamento sobre o assunto”, afirmou.
Toledo contra o Fracking
O município de Toledo já se mostrou contrário à exploração do gás de xisto por meio do fracking na região. A ‘Carta de Toledo contra o Fracking’ apresenta fundamentos sobre a importância de mobilizar os municípios da região Oeste e o Estado do Paraná para impedir a ação.
A carta explica que o fracking poderá colocar em risco três bens essenciais. Primeiro a saúde humana; há estudos que apontam que os produtos químicos utilizados no fraturamento hidráulico são tóxicos e até cancerígenos e podem colocar em risco a vida humana. Em segundo lugar põe em risco a água. “Estamos sobre o Aquífero Guarani, que se estende por oito estados do Brasil e mais Argentina, Paraguai e Uruguai. Uma contaminação causaria problemas de grande magnitude”, explanou o auditor fiscal e responsável pela elaboração da Carta, Renato Augusto Eidt.
Em terceiro lugar foi pontuado o prejuízo que o fracking pode causar ao agronegócio. O Paraná ocupa 2,3% do território brasileiro e produz quase 20% dos grãos do Brasil. “Além disso, 46% do agronegócio paranaense vêm da pecuária. Uma contaminação pode causar prejuízos para as exportações e à economia regional e até do país. Nenhuma pessoa de bom senso vai querer colocar isso em risco”, ressaltou Renato. A carta será encaminhada para as bancadas do Paraná e ao Congresso Nacional para que sejam proibidas estas atividades.