Na manhã desta quinta-feira (20), no Auditório Acary de Oliveira, anexo a Prefeitura de Toledo, foi realizada a apresentação do projeto “Um Outro Destino”, que orienta a mulher sobre a entrega consciente da criança para adoção. O projeto oferece capacitação aos profissionais de saúde que lidam diretamente com essas gestantes.
A Psicóloga, Angela Liston, explica o que acontece nesse processo quando a gestante optar pela entrega. “Pela legislação o direito de entrega é garantido, o serviço prestado pela Vara da Infância e da Juventude, é um atendimento especializado, que inclui profissionais de psicologia e serviço social para garantir que a gestante tenha condições de tomar a decisão, com reflexão, consciência e segurança”.
A capacitação contou com a presença de médicos da rede pública, que atendem gestantes com esse perfil e precisam das devidas orientações. Na ocasião, foi apresentado o processo que deve acontecer quando a gestante manifesta o desejo da entrega e precisa ser acolhida, qual procedimento e acompanhamento deve ser feito para que as mães tenham seus direitos atendidos de uma forma acolhedora.
A Assistente Social, Rita Adriana Ruiz, explicou quais as medidas a serem tomadas quando a criança é entregue. “Se a mãe decide pela entrega, juridicamente a criança estará apta para ser inserida em uma outra família, que passou por uma preparação antes”, informou Rita.
Se a mãe mudar de ideia após o nascimento ela pode exercer a maternidade. “A mãe pode mudar de ideia e ficar com a criança, exercendo a maternidade. Se ela mantiver a criança juridicamente a mãe será ouvida em uma audiência. A criança que ficar com a mãe é acompanhada pela Vara da Infância e Juventude, por 180 dias para verificar se ela está sendo bem cuidada e assim definir se a mãe poderá continuar com a guarda”, explica a assistente social.
O Juiz da Vara da Infância e da Juventude, Dr. Rodrigo Rodrigues Dias, comentou sobre as ações do projeto. “Uma das atividades é sensibilizar a rede de proteção, e a rede de saúde a respeito de uma possibilidade jurídica, para entregar a criança para adoção, pelos mais diversos motivos, isso ainda é um tabu em nossa sociedade, algo que as pessoas não entendem, mas que a própria lei tem um mecanismo legal”.
O juiz complementa falando sobre o momento complicado e o amparo na lei disponibilizado às pessoas que sofrem com este problema. “É um momento difícil para a mãe, sem o conhecimento da lei, movida pela incompreensão do momento acabam fazendo as atrocidades que conhecemos, de abandono, ou aborto, que são alternativas errôneas e condenáveis. Então a ideia é sensibilizar e mostrar que juridicamente que isso é possível, e não é crime”, finaliza Dr. Rodrigo.