Na sexta-feira (15) aconteceu no Centro Cultural Ondy Hélio Niederauer o 1º Seminário Municipal sobre o Trabalho Infantil, que teve como tema os ‘Desafios e Possibilidades na Defesa e Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente’. A ação ocorreu durante toda a tarde e contou com debates entre autoridades convidadas e o público presente, além de representantes de municípios vizinhos. Sob o lema “Trabalho infantil? Só pode ser brincadeira” representantes das entidades assistencialistas de Toledo e região discutiram sobre o tema e possibilidades de erradicação.
Para tratar o assunto foram convidados cinco palestrantes. A socióloga e docente na Universidade Estadual Oeste do Paraná (Unioeste), campus Toledo, Jacqueline Parmigiani; o auditor Fiscal do Trabalho e coordenador do Combate ao Trabalho Infantil do Paraná do Ministério do Trabalho e Emprego, Eduardo Reiner; o promotor do Ministério Público do Trabalho da Procuradoria Regional do Trabalho da 9ª Região (Cascavel), Enato Dall Ross; a promotora da Infância e Juventude, da comarca de Toledo, Kátia Krüger; e a docente da Unioeste, campus Toledo, Zelimar Soares Bidarra.
Segundo a secretária da Secretária de Assistência Social Ineiva Louzada, a intenção do debate era trazer para todos os participantes uma visão do trabalho infantil no âmbito do Paraná e também de Toledo. Além disso, o objetivo é conscientizar a população além de esclarecer o que realmente é considerado trabalho infantil. “Durante o encontro nós iremos discutir formas de combater o trabalho infantil, além de esclarecer o que realmente é visto como este tipo de trabalho. Muitas vezes acontece uma confusão, então com as diversas palestras teremos a oportunidade de tirar dúvidas e esclarecer ideias”, comentou.
O município tem projetos de erradicação do trabalho infantil desde o ano 2000, que são articulados com outras políticas públicas, como Esportes e Lazer, Educação, cultura, Juventude. Segundo a Secretária, “Está ocorrendo no Brasil um reordenamento do PETI – Programa de Erradicação do Trabalho Infantil -, e a responsabilização por parte do estado brasileiro é cotidianamente discutir e coibir esta forma de violação dos direitos da criança e do adolescente” conta.
A diretora de gestão do Serviço Único de Assistência Social (SUAS) Solange Fidelis, foi cetegórica ao falar sobre a importância do evento. “A discussão do trabalho infantil é essencial e a algum tempo nós já estávamos discutindo a necessidade de fortalecer a rede que atua nas políticas públicas para articular ações com o conselho tutelar que acabem com o trabalho infantil”. Solange ainda comentou sobre os desafios que o SUAS enfrenta em relação ao tema. “O trabalho infantil, por mais mascarado que possa estar ainda existe. Ele é um mito, e nós, em conversa com colegas de trabalho, percebemos que muitas vezes os pais não têm conhecimento sobre até que ponto é ou não trabalho infantil”, concluiu.
A coordenadora pedagógica da Ação Social São Vicente de Paulo, Keila Mariano Bet, contou sobre as necessidades do projeto assistencialista que levaram ao evento. “Nós sempre buscamos participar dos eventos deste gênero, para otimizar o atendimento às famílias, já que temos contato direto com elas. Percebemos que muitas atitudes são veladas dentro dos lares e ainda continua existindo a exploração. Dentro de nossa instituição, buscamos integrar as crianças, para afastar as crianças da exploração”.
Keila também comentou sobre o avanço de ações sobre o tema na região. “Toledo tem avançado muito, pois tem muitas ofertas de atividades para coibir essa situação. Os pais muitas vezes não exploram por maldade ou necessidade, mas por falta de conhecimento, com o velho argumento de trabalho servir na educação, algo como ‘no meu tempo eu trabalhava na roça, ajudava meus pais, e hoje estou aqui’, e coisas do tipo. Este evento vai servir para que a gente possa instruir os pais futuramente, sobre até que ponto as atividades domésticas ou o trabalho propriamente dito é exploração”, concluiu.