Depois de muitas reuniões para o desenvolvimento e planejamento, nesta segunda-feira (21) aconteceu apresentação do Projeto do Condomínio de Agroenergia de Lageado Grande. Os dezessete produtores rurais da localidade aptos a participar do projeto puderam esclarecer dúvidas sobre o assunto. O projeto de agroenergia na comunidade está previsto no Programa de Desenvolvimento Ambiental Sustentável de Toledo e visa melhoria da qualidade de vida e do meio ambiente no município.
A intenção é elaborar a produção e aplicação enérgica do biogás na comunidade. Segundo o engenheiro civil do Centro Internacional de Energias Renováveis – Biogás (CIBiogás-ER), Regean Gomes, a aplicação do Projeto em Lageado Grande é viável. “O projeto está desenvolvido, resta agora à aprovação dos suinocultores e a implantação real do condomínio”. O orçamento previsto para o projeto é de R$ 2.152.363,83. O objetivo é possuir um modelo sustentável de geração de receita, na produção de biogás a partir dos dejetos de suínos.
Para o prefeito Beto Lunitti o Condomínio de Agroenergia é uma oportunidade da comunidade se tornar referência. “Esses produtores serão protagonistas de um projeto pioneiro em Toledo e que com certeza servira de exemplo para outros municípios”. Beto ainda disse torcer pelo sucesso do projeto. “Eu acredito nesse projeto e vejo progresso nesse empreendimento”, relatou.
De acordo com Regean, na proposta, os produtores coletam os dejetos que em seguida são transportados em caminhão tanque até a unidade de transformação de dejetos em biomassa, onde passarão pela caixa separadora de sólidos seguindo para o biodigestor de fluxo contínuo. Após, o biogás segue para uma filtragem e já será direcionado para o uso na propriedade seja como energia elétrica ou energia térmica.
Regean ainda apontou que através do processo do fluxo contínuo por meio da lagoa de maturação se obtém o biofertilizante que é destinado ao uso do produtor responsável. “São tantos benefícios para essa comunidade, que é até difícil nomear o mais importante”, disse.
Para o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, José Augusto de Souza, o condomínio de agroenergia é uma ferramenta que vai proporcionar mais qualidade de vida aos produtores cadastrados no projeto. “Nenhum produtor vai precisar financiar a instalação do biodigestor em suas propriedades, todos os investimentos não terão custo algum aos suinocultores, e ainda esses moradores serão contemplados com a conta de luz zerada, o que possibilita a utilização de bens de consumo que causam mais conforto e bem estar a eles”, ressaltou José Augusto.
“Dentro de alguns anos eles terão uma usina de produção de energia que é deles”, pontuou o secretário. O projeto de estudo é uma parceria com o Centro Internacional de Energias Renováveis – Biogás (CIBiogás-ER). O estudo é pioneiro no município e é financiado pela Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) e vem sendo discutindo desde 2009.
Segundo o gerente de mercado e negócios do CIBiogás, Felipe Sousa Marques, os produtores beneficiados pela bioenergia utilizarão apenas 25% da energia que produzirem. “Os 75% da energia produzida pelo Condomínio serão destinados aos prédios públicos, hospitais, postos de saúde, prefeitura municipal e outros, os 25% são suficientes para zerar a conta dos produtores. Tudo vai funcionar no sistema de compensação de energia”, contou.