suzi.lira 27 de Julho de 2018 at 14:09h

Toledo planeja preservação da Mata Atlântica

Representantes de várias empresas, entidades, órgãos públicos, terceiro setor, enfim, a sociedade civil organizada esteve reunida na quinta-feira (26) no campus da FAG em Toledo para planejar ações e contribuir com a elaboração do Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica (PMCRMA). A primeira atividade foi uma reunião com o Conselho Municipal de Meio Ambiente, com a aprovação do Plano de Trabalho a ser executado.

 

A Bióloga da Secretaria Municipal de Meio Ambiente explica que a execução do documento é uma exigência legal, baseada na Lei Nº 11.428/2006, Lei da Mata Atlântica, que diz que todos os municípios que estão dentro da abrangência do bioma, precisam elaborar o seu plano e contribuir com a recuperação, pois é um dos mais ameaçados do Brasil.

 

Extinção

“Cerca de 70% das espécies ameaçadas de extinção vivem na Mata Atlântica. No nosso município, segundo as informações preliminares, temos apenas 13% de florestas nativas. A floresta nos presta diversos serviços ecossistêmicos e também é responsável pelo desenvolvimento, principalmente científico e tecnológico. Com este plano, além de conhecer um pouco melhor sobre nossa floresta aplicar essa lei que coloca um certo rigor para algumas atividades, mas também propicia possibilidades de uso sustentável e de situações como fazer a compensação da Reserva Legal dentro da área do próprio bioma. Então é uma ferramenta indispensável na Gestão Ambiental e como conservação da biodiversidade”, explicou Lilian.

 

Planejamento

A oficina de quinta-feira (26) envolvendo a comunidade teve objetivo de levar essas pessoas que representam a sociedade toledana para discutir e colocar as ações, estratégias e diretrizes no sentido de responder algumas perguntas: O que nós queremos? Qual é a visão de futuro que Toledo quer para a Mata Atlântica?

 

“Com base nessas respostas nós teremos o produto da oficina que irá nortear esse documento onde dirá o quê pretendemos com isso. Precisamos delinear melhor o que são esses 13% existentes”, salientou a Bióloga da Secretaria de Meio Ambiente.

 

Ela comentou sobre a necessidade de identificar cada área de conservação, tanto pública, quanto de particulares. Além de definir os impactos de cada área verde para a cidade.

 

Para orientar os trabalhos, um breve panorama da situação que se encontra Toledo foi apresentado pela Coordenadora de Projetos da STCP Engenharia, a Bióloga Letícia Karmann. Ela antecipou alguns dados que foram levantados pela empresa sobre o diagnóstico do município. Um relatório mais detalhado será entregue nos próximos dias para a Secretaria de Meio Ambiente.

 

“Esse trabalho do diagnóstico ainda está em desenvolvimento. Essa é uma atividade de construção coletiva para que a gente consiga obter mais informações e também a percepção dessas instituições que estão participando. Hoje Toledo tem uma vegetação com um bioma já tá bastante alterado. Então essas ações de recuperação da Mata Atlântica serão bem importantes”, relatou Letícia.

 

Ela pontuou ser possível realizar atividades diferentes das que foram praticadas desde o surgimento da cidade. “Antigamente existia muito incentivo para derrubar uma floresta e plantar outras coisas, hoje a percepção mudou bastante. Então tem essa necessidade de recuperar isso por meio de um desenvolvimento sustentável com o uso do solo com a proteção. O município tem uma grande rede hidrográfica e é muito importante que se faça essa preservação”, apontou Karmann.

 

Previsão

O Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica deve ser finalizado ainda esse ano. A publicação deve acontecer no ambiente virtual. Será disponibilizado um link de acesso no site da Prefeitura de Toledo.

 

Importância do diagnóstico e planejamento

O Secretário de Meio Ambiente, Neudi Mosconi, destacou a importância do trabalho de diagnóstico e da construção de um planejamento coletivo para a preservação das áreas de Mata Atlântica do município. “É uma necessidade de caráter de preservação e manutenção  de um município autossustentável. A gente não tem como fazer planejamento estratégico sem um diagnóstico preciso. Com esse estudo pretendemos poder identificar o quanto, de fato, nós temos é de corredores verdes. Precisamos saber onde nascem as águas e onde correm as nossas artérias de águas aqui no município de Toledo. Com esse mapeamento vamos conseguir identificar quanto das áreas verdes estão preservadas e o quanto não estão, para implementarmos ações de intervenção nos próximos 10 anos, sempre respeitando a lei federal que prevê a preservação da Mata Atlântica”, afirmou Mosconi.